O presidente cessante da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, admitiu hoje que não tem orgulho nos prejuízos que a o banco deu nos últimos cinco anos, mas garantiu que nada teria evitado esses resultados, devido às condições económicas e financeiras da Europa e à carteira de crédito problemático do banco.
“Não me orgulho de ter assinado os prejuízos da caixa, mas assinei-os com a consciência de que não havia alternativa. Não havia nada que pudesse evitar os prejuízos que a caixa teve. Não escondi nada, não assinei falsos lucros”, frisou o gestor.
José de Matos é presidente da Caixa desde 2011 e desde então o banco gerou cerca de dois mil milhões de euros. "O cenário foi mais adverso do que que projetado”, sublinhou o gestor, numa referência aos pressupostos assumidos no plano de negócios quando José de Matos entrou no banco e a CGD foi recapitalizada com verbas públicas. Não só o crescimento na Zona Euro foi inferior ao previsto como a política expansionista do BCE criou um ambiente de juros baixos, que penalizou a rentabilidade da instituição. Houve também menos procura de crédito.
“A recessão e a fragilidade da recuperarão económica afetaram negativamente os resultados da CGD”, explicou o gestor, aludindo a perdas e imparidades que geraram prejuízos. Em muitos caso, acrescentou, eram operações de crédito originadas em anos anteriores. “Esta limpeza de balanço foi acompanhada por uma radical reestruturação das operações de crédito, que implicou assumir perdas nas operações”.