Há um povo, o povo nativo havaiano, que oferecia e oferece a quem os visita em paz colares de flores para colocar no pescoço. É um gesto que já está registado no cinema e em muitas outras manifestações de arte como um símbolo de cordialidade para com os outros. Algo que todos nós, inconscientemente, sonhamos receber onde quer que nos desloquemos como um sinal de acolhimento e segurança.
Sem colares de flores, mas com a harmonia musical da banda filarmónica da Polícia de Segurança Pública (PSP) arrancou há dias no Aeroporto Humberto Delgado, nome atual do Aeroporto da Portela, em Lisboa, a iniciativa Lisboa Destino Seguro 2016, uma operação de segurança para turistas que se mostra aos próprios turistas para transmitir aquela sensação de segurança que todos gostamos de sentir.
Portugal ocupa o 5º lugar no Global Peace Index e Lisboa é uma das capitais mais seguras do Mundo. Mesmo assim, as autoridades tentam reforçar a prevenção tendo em vista a diminuição dos índices de criminalidade citadina, num conceito de polícia integral e de proximidade, com objetivos pedagógicos também junto de quem nos visita e com atenção até à pequena delinquência, atos que mesmo pequenos, também estragam as ferias de quem deles seja vítima.
A primeira apresentação no Aeroporto Humberto Delgado da iniciativa Lisboa Destino Seguro 2016 foi feita ao som da Lisboa Menina e Moça pelo Grupo de Metais da Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública, banda sonora para a distribuição de folhetos em forma de sardinha e em várias línguas com as recomendações de segurança que podem fazer com que os nosso visitantes possam testemunhar o que diz a letra daquela canção.
Lisboa só é menina e moça se, como diz a letra, no castelo se puser o cotovelo, se em Alfama, se descansar o olhar ou se à Ribeira quisermos encostar a cabeça, mas em segurança. É esta a mensagem dirigida essencialmente para os turistas enquanto público-alvo, numa operação agora apoiada por uma Esquadra de Turismo que está aberta 24 horas e tem atendimento em Inglês, Francês ou Espanhol.
Como dizem os responsáveis por esta iniciativa, ‘um turista que sinta que o polícia fala a sua língua materna sente-se muito mais à vontade’, sentindo-se mais seguros e menos desconfortáveis mesmo em situações desagradáveis como as do furto de carteiras e documentos – é que estes agentes também fazem acompanhamento aos turistas que são vitimas deste tipo de situações e precisam, por exemplo, de substituir documentos.
Não há nenhum sistema que garanta a segurança total. Nem no Havai onde os turistas são recebidos com colares de flores. Mas toda a prevenção que possa ser feita e todo o apoio que possa ser dado nos casos – que se desejam cada vez mais raros – em que os turistas são vítimas, em regra da atenção dos carteiristas, é mais um passo para consolidar o nosso país como um dos destinos mais seguros do Mundo.