Chega hoje ao fim a 18.ª edição do Festival Músicas do Mundo de Sines (FMM). Para trás ficarão nove dias, 47 concertos e uma viagem pelo mundo, da qual se destacam os concertos de Juana Molina, Karyna Gomes, Jenifer Solidade & Carlos Martins, The Unthanks, Danyél Waro, Bixiga 70, Bitori, Konono Nº1 Meets Batida ou Islam Chipsy & E.E.K.
Mas hoje há ainda muito para ver naquele que é, tradicionalmente, o mais concorrido dia de todo o festival. O dia começa em português, pelas 17h, com o guitarrista e compositor Norberto Lobo a subir ao palco do Centro de Artes, e prossegue em português com Sebastião Antunes & Quadrilha a apresentarem no palco do Castelo de Sines o álbum lançado em 2015, Proibido Adivinhar.
Depois do franco-libanês Bachar Mar-Khalifé tocar na Avenida Vasco da Gama, o FMM regressa ao Castelo para os concertos de Billy Bragg, Speed Caravan e Pat Thomas & Kwashibu Area Band. E na reta final do festival, de regresso à Avenida Vasco da Gama, haverá ainda tempo para ouvir o angolano Paulo Flores, os colombianos Systema Solar e o projeto português Jibóia, que está agendado para começar a tocar às 5h45 e seguramente só terminará quando o sol já tiver dado sinais de vida.
Apesar de serem muitos os concertos programados para este último dia, o destaque vai indubitavelmente para o regresso de Billy Bragg ao palco do FMM, isto depois de ter passado pelo Porto há cerca de dez dias. Na altura o músico britânico – uma das maiores referências no campo da música de intervenção inglesa e autor de Talking With The Taxmen About Poetry – participou na conferência ‘Keep It Simple Make It Fast’, no âmbito do KISMIF, encontro organizado pelo Instituto de Sociologia da Universidade do Porto em parceria com a Câmara do Porto, e que reuniu cerca de 200 especialistas de 30 países numa celebração da cultura punk e underground.
Na altura, Bragg falou sobre o Brexit e defendeu que os britânicos devem aceitar o resultado e começar a trabalhar no futuro, alegando que a vitória do Exit se deveu ao afastamento da população do sistema político e dos partidos.
Na mesma conferência, o músico – para quem os concertos têm tanto de música quanto de política – afirmou que já não acredita que «a música possa mudar o mundo» e que, se isso acontecer, parte, já não do músico em palco, mas da plateia. «São os que estão ali no escuro da audiência que podem mudar o mundo, não nós em palco». Billy Bragg sobe ao palco do Castelo de Sines hoje, pelas 21h4.