Hillary Clinton, candidata democrata a suceder ao presidente Barack Obama, acusou a Rússia de ter feito um ciberataque contra o Comité Nacional Democrata (CND) e o seu computador, que permitiu a divulgação de cerca de 20 000 mensagens de correio eletrónico por parte da WikiLeaks. “Sabemos que os serviços secretos russos, que fazem parte do governo russo, e que estão diretamente sob o controlo firme de Vladimir Putin, piratearam o CND”, afirmou a candidata numa entrevista ao canal de televisão Fox News.
Durante essa entrevista Hillary Clinton insinuou que a ação dos serviços secretos russos estava ligada ao apoio que Donald Trump terá de Moscovo. “Sabemos que Donald Trump já mostrou uma alarmante disposição em apoiar as políticas de Putin”, fez notar a ex-secretária de Estado dos EUA.
Apesar do governo dos EUA não ter acusado formalmente a Rússia do ataque, o presidente dos EUA, Barack Obama, considerou que é “possível” que Moscovo esteja por detrás destas revelações da WikiLeaks. “Tudo é possível”, afirmou o principal dignitário dos EUA numa entrevista à cadeia de televisão NBC, quando instado se o Kremlin poderia querer interferir nas eleições norte-americanas do próximo dia 9 de novembro.
Recorde-se que a divulgação do conteúdo das mensagens da direção do partido democrático revelou uma manipulação ilegal dessa estrutura nas primárias do partido, tendo em vista impedir a nomeação do senador Bernie Sanders que era o maior rival de Hillary Clinton. O que levou que Sanders exigisse, na Convenção, o afastamento da líder do CND, Debbie Wasserman Schultz, coisa que se veio a verificar.