Rio’16. Quem fica sempre alcança, Telma

À quarta participação olímpica, a judoca portuguesa conseguiu o único título que lhe faltava: uma medalha. Foi de bronze e é a primeira de Portugal no Brasil.

“Eu vim para ficar.” Foram estas as palavras da melhor judoca portuguesa de sempre, Telma Monteiro, no final do encontro de repescagem contra a francesa Automne Pavia, nos Jogos Olímpicos (JO) do Rio de Janeiro. Afinal, a prestação de Monteiro era a que mais curiosidade despertava no terceiro dia de Olimpíadas, já que em toda a sua carreira só lhe faltava conquistar uma medalha. E conseguiu-o ontem, escrevendo mais uma história no desporto de Portugal, e na sua, já que foi a primeira mulher portuguesa a ganhar uma medalha nesta modalidade.

O dia até começou bem para a atleta do Benfica. Uma vitória diante da neozelandesa Darcina Manuel pelas 15h30 (hora portuguesa) dava bons sinais à grande esperança portuguesa nesta modalidade. Só que, nos quartos-de-final, chegou a vez de enfrentar Sumiya Dorjsuren, da Mongólia, que é número um do ranking mundial. A portuguesa acabaria derrotada no “ponto de ouro” – por acumulação de faltas – e o sonho de conquistar a medalha de ouro ficava novamente adiado por mais quatro anos.

Na repescagem “despachou” Pavia, sétima no ranking do mundo e medalha de bronze em Londres 2012, num minuto, com ippon (o golpe máximo do judo). Da boca de Telma vieram as palavras de afirmação, bem recebidas pelo público brasileiro, que a aplaudiu. 

No combate para disputar o bronze, Monteiro derrotou a romena Corina Caprioriu por yuko, entregando desta forma a 24.a medalha a Portugal em JO e a primeira da delegação lusitana no Brasil. “Acreditei, lutei, não deixei que a idade ou as outras participações em Jogos fossem um fantasma. Acreditei que estava aqui para fazer história pelo meu país”, confessou, cansada e feliz, no final do encontro à RTP1. 

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