A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) registou prejuízos de 67,6 milhões de euros entre janeiro e junho, mais do dobro face ao prejuízo de 28,9 milhões de euros no período homólogo de 2015.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM), a instituição bancária esclarece, no entanto, que o resultado líquido teria sido positivo sem alguns “impactos específicos”, nomeadamente os custos com a racionalização da estrutura do banco e as contribuições sobre o setor bancário.
“Excluindo os fatores não recorrentes, o resultado líquido foi positivo em 22,5 milhões de euros”, destacou José Félix Morgado, presidente do banco mutualista.
No caso das contribuições que incidem no setor bancário – verbas para o Fundo Único de Resolução e para o Fundo de Resolução Nacional –, a instituição indica um impacto total de 26,4 milhões de euros, quando em igual período do ano passado este valor ficou nos 12,9 milhões.
A instituição financeira sublinha ainda o impacto dos investimentos financeiros, no valor de 52,2 milhões de euros, que tiveram um impacto extraordinário nos custos. Foi o caso, por exemplo, da exposição à dívida da Oi. Um valor ao qual se junta um efeito fiscal de 20,5 milhões de euros.
Reestruturação
Já no caso da reestruturação, os custos ascenderam a 32 milhões de euros. No que toca à rede de distribuição doméstica, entre junho de 2015 e junho de 2016 o banco mutualista reduziu o número de colaboradores em mais de 300 pessoas e fechou mais de cem agências.
No entanto, segundo o presidente do Montepio, estes custos não são “repetíveis no segundo semestre” porque o processo ficou concluído em junho.
Nos primeiros seis meses deste ano, os depósitos e o crédito caíram no Montepio. Os depósitos de clientes caíram 3,7% face a igual período do ano passado, para 12,69 mil milhões de euros, apesar de uma subida entre o primeiro e o segundo trimestre, segundo as contas reveladas ontem pela instituição.