Um estudo sugere que o 'Australopithecus afarensis' que viveu faz 3,18 milhões de anos, morreu em consequência das fraturas provocadas pela queda de uma árvore, de uma altura considerável.
Os resultados da autópsia chegaram milhões de anos depois da sua morte. Lucy, o mais famoso australopiteco, cujo achado na Etiópia nos anos 70 revolucionou o estudo da evolução humana, não resistiu aos ferimentos da queda.
Kappelman
O estudo em profundidade dos seus ossos foram publicados esta semana na revista Nature. "Fomos os primeiros a propor uma explicação para a causa da morte de Lucy", garante John Kappelman, paleoantropólogo da Universidade do Texas em Austin (EUA) e o principal autor do estudo.
As imagens mostraram que Lucy sofreu fraturas no tornozelo, joelho, zona pélvica e, pelo menos, numa costela, o que sustenta a tese de a queda ter sido fatal e sugere ter sofrido lesões graves nos órgãos internos.
"Triste notícia, pobre Lucy!", comentou o paleontólogo Yves Coppens, que integraou a equipa que descobriu o fóssil A.L.288-1.
De que altura terá caído Lucy? Segundo Kappelman, de cerca de 14 metros de altura, e é uma estimativa conservadora. "É a altura a que os chimpanzés tendem a colocar seus ninhos".
Lucy, batizada com este nome devido à canção dos Beatles ("Lucy in the Sky With Diamonds") que passava em repeat no acampamento que ficava no local na descoberta, em Addis Abeba, foi um marco para a paleontologia mundial, ao ponto de ser considerada "a mãe da humanidade". Hoje continua a ser o nosso antepassado mais famoso.