Desculpe-nos a referência ao futebolês mas sempre nos disseram que ganhar ou perder era desporto. E desporto seja, por outra, só desporto pode ser quando Beyoncé está na corrida. A nova rainha da pop é uma espécie de detergente para o chão, limpa tudo.
Melhor Vídeo Feminino com “Hold On”, Melhor Edição, Melhor Cinematografia, Melhor Coreografia, Melhor Vídeo de Longo Formato, Melhor Realização, Melhor Fotografia e Melhor Vídeo do ano com “Formation”, cansou mas foi, aí estão os oito moon man que Beyoncé levou para casa e que a tornam na artista mais premiada de sempre, com 21 troféus na totalidade. Desporto, para ela também. E se é certo como o imposto que a MTV já deixou de ser entidade prestigiada – naquela lógica qualquer-coisa-shore-e-menos-música que os reality shows é que dão audiências – não é por isso que não se valoriza o brilhantismo e a leveza com que Beyoncé chega e vence.
Mesmo até quando subiu a palco para um medley de “Lemonade”, disco editado em abril. Só aí a plateia parece ter mostrado sinais de existência de sentimentos naquele planeta. Até então pouco mais que Kanye West e o seu ego bem maior que o Madison Square Garden – em Nova Iorque, onde pela primeira vez aconteceram os VMAs – e as ancas de Kim Kardashian e de Nicki Minaj juntas. E houve ainda espaço para o não-aplauso ao regresso de Britney Spears e para Jimmy Fallon subir ao palco vestido de Ryan Lochte, o nadador norte-americano que quase foi assaltado no Rio de Janeiro.
E se o número cómico de Fallon gerou um belo bruah da plateia, o mesmo não se pode dizer da atuação de Britney Spears. A cantora cantou “Make Me”, do seu novo disco “Glory”, em parceria com o rapper G-Eazy. Nem o body amarelo-ousado serviu para provocar saudades nos presentes. Se é para ser saudosista falemos de Rihanna, a artista que atuou quatro vezes, com temas que lhe fizeram a carreira, deste os primeiros ritmos mais caribe até à abordagem mais eletrónica que faz questão de utilizar atualmente.
E é claro, como sempre acontece nestes eventos, foi dada carta branca a Kanye West para que fizesse o que lhe desse na real gana. E o rapper – esperemos que o senhor não se ofenda por lhe chamarmos isto – fez o que mais gosta: um discurso de poucos minutos onde apenas fala e tem um holofote apontado para si. Isto antes de estrear o seu novo teledisco, “Fade”.
Só que nada disto apaga o fogo deixado em palco por Beyoncé. O próprio West admitiu que iria perder para Beyoncé, como viria a acontecer, mas que perdia com gosto, porque Beyoncé é Beyoncé. E se até Kanye West lhe faz a vénia…