Quem conhece a Perve Galeria, nas ruelas de Alfama, coração de Lisboa, sabe que se trata de um espaço pequeno, onde por vezes as paredes são curtas para tudo o que se quer mostrar. Mas sabe também que é uma das galerias lisboetas que mais tem surpreendido com a sua programação. Ainda assim, poucas foram as surpresas com a dimensão daquela que acabou de ser anunciada.
É já na terça feira, dia 6 de setembro, que a Perve apresenta uma exposição – ‘Acervo’ – com 150 obras de arte, todas do acervo que a galeria reuniu ao longo da última década.
Segundo a galeria, serão mostradas «algumas das obras mais emblemáticas desta coleção, com mais de 3000 obras, iniciada na década de 1990, num percurso de várias linhas temáticas e estilísticas, desde as vanguardas históricas à contemporaneidade.» Antes desta exposição, a Perve mostrou partes do seu acervo em Leiria, em 2001, e no Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, em 2003. No entanto, a maioria das obras que serão agora expostas nunca foram exibidas ao público.
E deste acervo constam peças de artistas como Salvador Dalí, Pablo Picasso, Man Ray, Sonia Delaunay, Artur Bual, Mário Cesariny, Carlos Calvet, Fernando Lemos, Malangatana e António Palolo, numa viagem pelo surrealismo, mas também pelo informalismo gestual, pelo experimentalismo e pela arte popular, entre outras correntes artísticas. Entre as várias obras plásticas que estarão em exposição, constará também um núcleo dedicado a livros de arte e livros de artista, com cerca de 490 títulos, onde se inclui um exemplar de A Divina Comédia, de Dante, numa edição portuguesa, realizada na década de 1970, traduzida do original por Alexandre O’Neill, e ilustrada por Salvador Dalí.