Com poucas horas de diferença chegaram, dos EUA, duas notícias representativas de dois olhares, dois pensamentos, duas formas de encarar a política, a vida, o país. Duas notícias que permitem olhar para dois futuros, completamente distintos. Por um lado, Barack Obama decidiu perdoar Timothy Tyler. O homem, atualmente com 48 anos, foi preso em 1992, quando tinha 25, depois de ter sido apanhado, pela terceira vez, a vender pequenas quantidades de LSD nos concertos da sua banda predileta, os GratefulDead. À data, Tyler foi condenado a prisão perpétua, mas agora, o ainda presidente dos EUA, veio afirmar que considera a lei que deu origem a esta decisão “datada” e ordenou que Tyler seja libertado daqui a dois anos – após 25 anos de prisão.
Horas antes, e pouco depois de uma visita relâmpago aoMéxico, na qual reuniu com o presidente Enrique Peña Nieto, Donald Trump aproveitou um comício em Phoenix,Arizona, para mostrar que nada havia mudado no seu discurso. “Não haverá qualquer amnistia e, na primeira hora na Sala Oval, irei deportar milhões de extraterrestres ilegais”, disse, em referência aos mexicanos nos EUA. No mesmo discurso recuperou a ideia de construir um muro na fronteira com o México – cuja conta tenciona cobrar a este país, uma intenção que o presidente mexicano já veio recusar – mas foi ainda mais longe. Trump defendeu, entre outras coisas, a existência de testes ideológicos para quem se candidatar a um visto e o cancelamento do programa criado pela administraçãoObama que concede autorizações de trabalho a cerca de 800 mil jovens que chegaram aos EUA ainda crianças. Tudo para, claro, recuperar os EUA – sabe-se lá das mãos de quem.
Não acreditava que Trump pudesse chegar a candidato presidencial. Mas chegou. E, portanto, daqui a cerca de dois meses, poderá ser eleito presidente dos EUA. Se isso acontecer, quem nos salvará? Quem recuperará o mundo das mãos de Trump?