Um grupo de cientistas criou um teste que consegue detetar um cancro antes dos sintomas se tornarem evidentes, lê-se no site Independent.
Os especialistas apresentaram o novo teste no British Science Festival, em Swansea, e compararam-no com um detetor de fumos – isto porque não encontra a célula cancerígena, mas sim alterações nos glóbulos vermelhos que ocorrem na presença de um problema oncológico.
Como se trata de um simples teste sanguíneo, com um custo de 35 libras (cerca de 42 euros), poderá ser usado para monitorizar o risco de desenvolver uma doença cancerígena.
“O teste pode ser associado a um detetor de fumo porque este objeto não deteta a presença de fogo, mas sim do que dele advém – fumo”, explicou ao jornal britânico Gareth Jenkins, um dos autores ao estudo, fazendo uma comparação com as células que sofrem uma mutação.
As alterações nos glóbulos vermelhos não desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do cancro, representando sim “danos colaterais” do mesmo. Servem, então, para monitorizar “de uma forma simples e eficaz” a progressão da doença, de uma forma não invasiva.
“Este teste tem um grande potencial, uma vez que um diagnóstico precoce pode ser a chave para aumentar os níveis de sobrevivência”, revela o comunicado emitido pelo grupo de especialistas.
Este foi desenvolvido nos últimos quatro anos, com a ajuda de 300 voluntários saudáveis, pacientes com sintomas de doenças cancerígenas e doentes com cancro no esófago. Os especialistas procuram agora financiamento para fazer testes com pessoas com cancro no pâncreas e perceber se tem o mesmo resultado. Para além disso, terão de ser feitas avaliações a uma escala maior para confirmar os resultados obtidos e, posteriormente, disponibilizar este teste em clínicas.
Questionado sobre a hipóteses de este exame funcionar com todos os tipos de doenças oncológicas, Jenkins afirma que é preciso encontrar mais provas que corroborem essa premissa, mas diz que é muito difícil que tal não se verifique: “Seria muito difícil explicar o porquê deste teste funcionar apenas no cancro do esófago”.