A audição, ainda sem data marcada, foi imposta pelo CDS-PP, disse ao i fonte da comissão no final de uma reunião entre os coordenadores das diversas bancadas.
Numa primeira fase, uma proposta dos centristas nesse sentido foi inviabilizada pelos votos da maioria de esquerda – PS, BE e PCP -, levando o partido proponente a exercer o direito potestativo (com caráter obrigatório) para impor a audição, acrescentou.
"A esquerda entendia que a audição de António Domingues estava fora do objeto da comissão, mas esse não foi o entendimento do CDS. António Domingues, apesar de só estar formalmente à frente da CGD desde o início deste mês andou a trabalhar no processo de recapitalização que vai ser aplicado na instituição. Essa é uma das razões que justificam o pedido de audição", adiantou a mesma fonte.
No final da reunião, o presidente da comissão, o social-democrata Matos Correia, esclareceu ainda que foi decidido requerer, "mais uma vez" a diversas entidades, o envio de documentação considerada fundamental para os trabalhos dos deputados na comissão.
A mesma fonte adiantou que algumas dessas instituições a quem tinha sido requerida documentação recusaram fazê-lo, invocando que a mesma estava protegida pelo sigilo bancário, situação que os deputados consideraram "inaceitável porque esse sigilo vai manter-se durante os trabalhos da comissão de inquérito".
A comissão de inquérito para avaliar, designadamente a gestão da CGD desde 2000 foi imposta pelo PSD e pelo CDS-PP. Foi empossada em 05 de julho e procedeu já às audições antes das férias parlamentares de verão do anterior presidente da administração da Caixa, José de Matos, do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa e do ministro das Finanças, Mário Centeno.