No 15º aniversário dos ataques de 11 de setembro, o assistente do então presidente George W. Bush, Ari Fleischer, divulgou algumas das notas tiradas no dia em que tudo aconteceu, que revelam a forma como o líder norte-americano geriu o ataque aos Estados Unidos.
Numa das notas, as únicas que revelam aquilo que o presidente disse na altura, é possível perceber que a primeira reação de Bush foi vingar-se. “Vamos apanhar aqueles filhos da mãe. Estamos em guerra”, disse, ao telefone com o vice-presidente, dos EUA, Dick Cheney.
As notas, tiradas por Fleischer e agora divugadas pela agência Reuters, são, até ao momento, o único registo das reações de Bush logo após ao ataque, que na altura se encontrava na Florida. O presidente dos EUA soube do ataque do primeiro avião quando acabou de cumprimentar várias pessoas de uma escola daquele estado – na altura, todos pensavam que se tinha tratado de um acidente. Quando estava a ler uma história aos alunos daquele estabelecimento escolar, Bush ficou a saber que um segundo avião tinha chocado com o World Trade Center. A América estava a ser atacada e Bush continuou a ler a história infantil.Isto porque Fleischer mostrou-lhe uma papel a dizer apenas “Não diga nada [à imprensa]”.
As notas revelam também as tentativas de Bush de contrariar as decisões dos Serviços Secretos, que não o queriam que o presidente regressasse a Washington. “Quero ir para casa assim que seja possível”, afirmou. Bush acabou por regressar naquela noite.
Ao ligar para a sua mulher Laura, Bush diz-lhe que a ama e que está a caminho de casa, assumindo uma atitude fatalista: “Se estiver na Casa Branca e vier um avião na minha direção, tudo o que posso dizer é que espero que, nesse dia, tenha lido a Bíblia”.
Bush disse também a Cheney que era importante passar a imagem de que o governo norte-americano tinha tudo sob controlo: “É importante que, numa altura em que as televisões mostram o país a ser atacado, as pessoas vejam que o governo está a trabalhar”.