Na manhã do dia 11 de setembro de 2001, os EUA perderam quase 3 mil vidas, depois do pior ataque terrorista da história do país. Quinze anos depois, no palco onde teve lugar um desses ataques mortíferos, o presidente Barack Obama falou aos norte-americanos, num discurso carregado de indiretas às posições defendidas pelo candidato presidencial Donald Trump e a quem “quer dividir os americanos”.
“Grupos como a Al-Qaeda ou o Estado Islâmico sabem que nunca conseguirão derrotar uma nação tão grande e forte como a América”, começou por dizer Obama, ontem, no Pentágono, citado pelo “Washington Post”, para depois lembrar que o objetivo destas organizações é “espalhar terror suficiente” de forma a colocar os norte-americanos uns contra os outros “enquanto nação”, para que “mudem o que são e como vivem”.
O presidente norte-americano nunca referiu o nome de Trump, mas no seu discurso esteve sempre presente a ideia de que existem posturas, dentro e fora dos EUA, que pretendem “dividir o país”, recorrendo a comportamentos que coloca em causa a diversidade norte-americana, “a sua maior força”, segundo Obama.
Neste sentido, tanto no discurso de ontem como na habitual mensagem semanal, partilhada pelo site oficial da Casa Branca, no dia anterior, a “pluralidade norte-americana” esteve sempre no centro de toda a argumentação.
Recorde-se que o candidato presidencial republicano, Donald Trump, já defendeu o controlo da entrada de muçulmanos no país e também apelidou os mexicanos de “criminosos e violadores”.
Para Obama, a “América continua a ser a mesma” que era naquele dia de setembro, há 15 anos anos. E para que continue a sê-lo, o líder norte-americano entende que a maior homenagem que os seus compatriotas podem fazer às vitimas do 11 de Setembro é “manterem-se verdadeiros para consigo próprios”, um grupo de pessoas de “todos os cantos do mundo, todas as cores, todas as religiões e contextos”.
Para além da homenagem às vítimas, Obama fez questão de lembrar o trabalho feito pela sua administração no que toca ao combate ao terrorismo, nomeadamente ao “fazer justiça com Bin Laden”, tendo aproveitado para enaltecer o trabalho dos soldados e dos serviços secretos, que “arriscaram as suas vidas” para manter o país seguro.
Clinton sentiu-se mal
O dia de ontem foi, naturalmente, marcado por inúmeras homenagens em diferentes pontos do país.
Os dois candidatos presidenciais, Hillary Clinton e Donald Trump, suspenderam a campanha e marcaram presença na cerimónia junto ao local onde, há 15 anos, se erguiam as Torres Gémeas e onde agora existe um memorial.
A “indisposição”de Clinton durante a cerimónia na cidade de Nova Iorque acabou por ser notícia nos EUA. A candidata democrata “sentiu-se mal” e teve de abandonar o local, tendo-se dirigido para o apartamento da filha, de onde saiu, algumas horas mais tarde, sorridente e bem-disposta.
A sua equipa de campanha anunciou pouco depois que Clinton “se sentiu mal com o calor”, mas que já “se encontrava muito melhor”.
O estado de saúde de Hillary já foi questionado várias vezes pelos republicanos. No mês passado lançaram suspeitas sobre a possibilidade de os democratas estarem a esconder um problema de saúde grave que poderia impedir Clinton de exercer convenientemente o seu papel como presidente dos EUA, por falta de capacidades físicas.