David Cameron anunciou, esta segunda-feira, que irá abandonar o parlamento britânico e o seu lugar de deputado do partido conservador, pela circunscrição de Witney. O ex-primeiro ministro já tinha cedido o mais alto cargo do governo, em junho, logo após conhecidos os resultados do referendo que ditou a vitória do “Brexit”.
“Na minha visão, com a política moderna, com as circunstâncias da minha demissão, não é realmente possível ser-se um deputado adequado, enquanto antigo primeiro-ministro”, explicou Cameron, numa entrevista à ITV. “Tudo aquilo que se faz, tornar-se-ia uma grande distração e um grande desvio daquilo que o governo necessita de fazer para o nosso país”, completou, depois de anunciar que iria abdicar do seu lugar no parlamento.
Segundo Cameron, Theresa May, foi “muito compreensiva” quando este lhe revelou a sua decisão. O antigo chefe do governo britânico aproveitou também a ocasião para elogiar o “início espetacular” de May, enquanto primeira-ministra.
Cameron era deputado por Witney, Inglaterra, desde 2001, e chegou a líder do partido conservador em 2005. Cinco anos mais tarde, foi eleito primeiro-ministro.
Foi responsável pela realização do referendo que dividiu o país e que deu a vitória aos apoiantes da saída do Reino Unido da União Europeia, resultado que acabou por ditar o seu destino, tendo-se demitido, horas depois da publicação dos resultados oficiais, do cargo de primeiro-ministro.