“Sou só eu a achar que os Jogos Paralímpicos são um espetáculo grotesco, um número de circo para gáudio dos que não possuem deficiência, apenas para preencher a agenda do politicamente correto?”, escreveu Joaquim Vieira.
Mais tarde, acrescentou uma nota à publicação, na qual dava conta de que a frase já lhe tinha valido “ameaças de morte”, para não falar das “pragas sobre os familiares mais próximos, que, coitados, não têm nenhuma responsabilidade no que penso e escrevo”.
No entanto, Joaquim Vieira admite que a forma “sintética” do post deu “origem a equívocos” e por isso, lamenta ter ferido a sensibilidade de muitos com esta opinião.
“Sou totalmente a favor da inclusão e dos direitos dos menos capacitados, e entendo mesmo que nesse terreno ainda existe muita coisa por fazer e reivindicar, designadamente quanto à vida quotidiana. Aceito também que tenham a ambição de enveredar por práticas desportivas, assim como de entrar em competição”, afirma o presidente do Observatório de Imprensa.
Na mesma nota explica ainda que a sua crítica se dirige ao “espetáculo montado com os Jogos Paralímpicos e não aos que neles participam”. “Choca-me a atribuição do estatuto de Jogos Olímpicos (ou equiparados) a estas provas, como se houvesse dois universos que se equivalessem ao mesmo nível e não se cruzassem (daí eu ter falado em apartheid desportivo). Mas Jogos Olímpicos só há uns, e, como eu também já disse, destinam-se a premiar os melhores da raça humana, homens e mulheres, em cada modalidade”, acrescenta.
Joaquim Vieira termina dizendo que não sabe a quem se destinam os Jogos Paralímpicos. “Condescendentes e paternalistas, os Jogos Paralímpicos criam nos seus participantes a ideia de que podem ser campeões (ou como os campeões) olímpicos. Não podem. Lamento desiludir muita gente, mas há só um Usain Bolt e um Mark Phelps. Não existe o Usain Bolt nem o Michael Phelps dos Paralímpicos. Por muito que alguns nos queiram convencer do contrário”.