A relação entre Pepe e José Mourinho esteve longe de ser a mais pacífica nos três anos em que o Special One orientou o Real Madrid. Numa entrevista à rádio espanhola "Cadena Ser", Pepe arrumou assim a questão. "Mourinho é parte do passado. Fui forte, superei o que me aconteceu e mantive o meu nível no Real Madrid. Foram três anos e, graças a Deus, passaram rápido", disparou o central luso-brasileiro, preterido por Varane a uma determinada fase do consulado de Mourinho em Madrid.
Mas Pepe não se ficou por aqui. "Naquela altura, éramos odiados por toda a gente. Víamos isso quando jogávamos fora. Felizmente, com Ancelotti as coisas mudaram. Notava-se que as pessoas da equipa adversária tinham outro trato connosco", salientou o internacional português.
Questionado sobre a possibilidade de vir um dia a ter Mourinho como selecionador de Portugal, a resposta foi divertida. "Estou bem assim", disse entre risos, antes de considerar que o atual treinador do Manchester United e Zinedine Zidane, o seu técnico no Real, estão "em pólos opostos": "Não por um ser bom e outro mau, mas porque são diferentes. Mourinho tem muita experiência em grandes equipas e com grandes treinadores; Zidane foi jogador e sabe sempre o que precisamos dentro e fora de campo."
Aos 33 anos, Pepe, no Real Madrid desde 2007, diz estar "no melhor momento" da sua carreira. E mais calmo também. "Hoje, penso mais antes de falar com os árbitros", explicou, garantindo já nem se lembrar da última vez que foi expulso. Célebre ficou o incidente em 2009 com Casquero, jogador do Getafe pontapeado pelo central quando já estava deitado no chão. Na altura, Pepe foi expulso e castigado com dez jogos de suspensão e hoje, revela não saber o que lhe passou pela cabeça naquele momento: "Foi muito duro para mim. Quando saí do balneário, a minha mulher disse-me: 'O que fizeste?'".