Bridget Jones (Renée Zellweger) já não vive obcecada em contar os quilos. Mas continua solteirona, a deitar-se na cama para puxar as cuecas gola alta que já nem as avós usam, e a sentar-se no sofá, sozinha, de pijama, com Celine Dion a gritar ao fundo que está “all by myself”. Na sua vida, continua a haver Mr. Darcy (Colin Firth), que sonhou vir a ser seu marido mas agora é ex, um daqueles ex com quem, num percalço (e se Bridget Jones sabe o que são percalços…), se acaba a partilhar a cama. O que já não há é Daniel Cleaver (Hugh Grant), agora substituído pelo sedutor norte-americano Jack Qwant (Patrick Dempsey). Mas como se ouve da boca da própria Birdget Jones: “Por que estar sempre a cometer os mesmo erros, se posso fazer novos?” E, na lista dos novos erros, um leva claro avanço: Bridget Jones está grávida. Mas não sabe se o pai é Mr. Darcy – fruto do tal percalço – ouJack – com quem também viveu um percalço… em jeito de one night stand de seis horas.
“O Bebé de Bridget Jones” – que estreia hoje nas salas portuguesas – é realizado por Sharon Maguire, que assinou o original“O Diário de Bridget Jones”, filme de 2001, baseado nas crónicas que a jornalista Helen Fielding escreveu para o “The Independent” e que, em 1996, foram transformadas em livro. Em 2004, chegava às salas “O NovoDiário de Bridget Jones” e desde então que se discutia a possibilidade de um regresso da saga.
Neste filme, Bridget Jones, acabada de celebrar os 43 anos, parece ter-se conformado, alegremente, com a sua vida de solteirona. Passaram cinco anos do final da sua relação comMr. Darcy e os amigos e o trabalho como produtora de televisão ocupam a maior parte da sua vida. Quinze anos depois do primeiro filme, esta Bridget Jones é uma mulher muito mais em controlo da sua vida – mesmo quando se vê grávida e sem saber quem será o pai. Mas isto não quer dizer que a personagem cujo perfil emocionalmente trapalhão e que reflete um pouco de todas as mulheres se tenha transformado em alguém frio e mecânico. “O que a Bridget faz e continua a fazer é demonstrar-nos que não há problema em sermos humanas”, disse a atriz Renée Zellweger numa das entrevistas de promoção do filme.
É certo que “O Bebé de Bridget Jones” nunca estará na listagem dos melhores filmes do ano, nem levará para casa um Óscar, mas é inegável que se tornou um sucesso – de bilheteiras e de domingos à tarde com direito a manta e pipocas. Acima de tudo, isto acontece porque Bridget Jones resume em si um pouco de todas as outras mulheres ocidentais, tal como fazia Carrie Bradshaw e as suas amigas, em “O Sexo e a Cidade”.
Quanto a quem é, afinal, o pai da criança, nada como ver o filme. Os próprios atores só souberam na altura da estreia, pois gravaram vários finais possíveis.