NOS em D’Bandada: uma debandada faz-se sobretudo de música

E de gente, muita gente, na rua. É o que se espera para amanhã, com 47 concertos e mais de dez horas de música  a tomarem conta da cidade do Porto

Diz o dicionário online Priberam que Debandada é o “ato de debandar; fuga desordenada; confusão”. Ora, no NOS em D’Bandada é certo esperar por uma dose de (boa) confusão, mas nada de fugas, muito menos desordenadas. É que, na véspera da sua sexta edição, este é um evento que já tomou conta da cidade do Porto e conquistou fiéis seguidores que, seguramente, já puxaram o brilho aos seus mais confortáveis dancing shoes. Afinal, para aguentar dez horas de música, 47 concertos, em 14 espaços da cidade do Porto, conforto não é fator a ignorar.

Nesta 6ª edição do NOS em D’Bandada, a festa começa cedinho, logo pelas 14h, e com uma das novidades. O Silo Auto é o novo espaço desta edição e funcionará como uma espécie de mercado, com música e comida. É por aqui que passará Miguel Araújo (16h30), presença do D’Bandada desde a sua primeira edição – que aqui apresentará em exclusivo músicas criadas para outros artistas.

A outra grande novidade desta edição traz latitudes diferentes. Segundo a organização, o NOS em D’Bandada continua a ser um palco onde a música nacional tem prioridade, mas esta edição estende-se para “novas latitudes de expressão portuguesa”, o que se traduz numa noite africana, às partir das 18h, no Coliseu do Porto, com Selma Uamusse, Kimi Djabaté, Bonga e o DJ Rocky Marsiano.

Há que aproveitar estas primeiras horas, pois, por volta das 21h, já são tantos os espaços a funcionar com concertos em simultâneo e não há super poder – nem dancing shoes voadores capazes de teletransporte – que permitam assistir a tudo. Ou seja: é preciso escolher. E a escolha é tão variada quanto Cachupa Psicadélica, Quelle Dead Gazelle, Surma, First Breath After Coma, You Can´t Win, Charlie Brown, Galgo, Salto, DJ Nuno Lopes e Orelha Negra. No final da noite, pela 1h30, se ainda sobrarem forças, há que celebrar o regresso do mítico Club Kitten à cidade do Porto – com o DJ Kitten a.k.a. João Vieira e convidados, num espaço que só será revelado em cima da hora.

Antes de tudo isto, hoje, ainda vai a tempo de assistir ao ciclo de cinema sobre a relação da Sétima Arte com a música, que arrancou no dia 13, em jeito de antecipação, e cujo último filme será exibido esta noite: “We’re Still Here: Johnny Cash’s Bitter Tears Revisited”, de Antonino D’Ambrosio, passa às 22h, na sala Passos Manuel, seguido de uma conversa protagonizada por Francisco Silva (Old Jerusalem) e John Almeida (Little Friend), e moderada por Dario Oliveira, programador do Porto/POst/Doc e responsável pela escolha dos filmes deste ciclo. Depois já sabe, é descansar, que amanhã o dia vai ser longo e as suas pernas vão agradecer a simpatia.