Detido na segunda-feira, Ahmad Khan Rahami continua a ser o principal suspeito das explosões de sábado em Nova Iorque e em Nova Jérsia e também do caso da mochila armadilhada, encontrada pelas autoridades dos EUA, em Elizabeth, Nova Jérsia.
Numa altura em que as autoridades policiais prosseguem as investigações, o jornal norte-americano “The New York Times” avança que as viagens recentes de Rahami ao Afeganistão – o país onde nasceu e de onde partiu para a América em 1995 – poderão ajudar a explicar o comportamento deste suspeito.
Flee Jones, amigo de infância de Rahami e habitual cliente do restaurante de família deste, contou ao jornal que nunca soube grande coisa sobre as opiniões políticas ou a ideologia do amigo. Mas esta situação mudou depois de uma série de viagens, realizadas por aquele, entre 2011 e 2014, ao Paquistão e, principalmente, ao Afeganistão.
“É como se ele fosse uma pessoa totalmente diferente”, revelou Jones. “Tornou-se sério e completamente fechado”, somou. Para além da mudança de atitude, o amigo diz que Rahami deixou crescer a barba, trocou as tshirts pelo traje islâmico tradicional e começou a rezar, frequentemente, na parte de trás do restaurante.
Um outro cliente do estabelecimento, Andre Almeida, não quis tirar grandes ilações, mas admitiu que a mudança de Rahami, após as viagens, foi “bastante surpreedente”.
Segundo um polícia que falou ao “New York Times”, ainda não se sabe até que ponto é que as visitas ao Afeganistão podem ter tido influência na alegada implicação de Rahami nos eventos do passado fim de semana.
Para já, diz o agente, não existem provas de que o suspeito tenha recebido “qualquer treino militar” durante as visitas ao país de origem. Ainda assim, o polícia questiona-se sobre o que se terá passado no Afeganistão, para que um “rapaz normal” de Nova Jérsia regresse como um “sofisticado fabricante de bombas e terrorista”.
Amarjit Singh, um antigo colega de liceu, descreve Rahami como o “típico imigrante que oscila entre dois mundos”. Na altura do liceu, “toda a gente parecia gostar dele”, já que era “esperto, engraçado e humilde”. Os dois amigos afastaram-se nos últimos anos e Singh admitiu que Rahani se tornara “mais religioso” após as viagens.