Um dia depois da sua detenção, Ahmad Khan Rahami foi formalmente acusado, por dois tribunais federais norte-americanos, de ter colocado bombas em Nova Iorque e em Nova Jérsia, cuja detonação, no passado fim de semana, feriu 31 pessoas, e de ter deixado uma mochila armadilhada em Elizabeth.
Segundo a denúncia, tornada pública na terça-feira, Rahami é acusado de “utilização de armas de destruição em massa” e “bombardeamento de espaço público”, para além de “destruição de propriedade” e “utilização de material destrutivo”.
O mesmo documento refere que as autoridades norte-americanas tiveram acesso a uma espécie de diário, onde Rahami escreveu, detalhadamente, todos os passos que deu na execução do plano e onde foi possível constatar que o acusado adquiriu no eBay muito do material que utilizou para preparar as bombas.
Neste caderno constam ainda acusações, feitas por Rahami, ao governo norte-americano, pela “morte dos mujahideen no Afeganistão, no Iraque, na Síria e na Palestina” e elogios vagos a Osama Bin Laden e Anwar al-Awlaki, dois antigos líderes da Al-Qaeda, mortos pelo exército dos EUA.
Rahami já tinha estado sob a observação do FBI, em 2014, depois de o próprio pai ter avisado os agentes federais que desconfiava que o filho tinha tido contacto com presumíveis terroristas, aquando das visitas ao Paquistão e Afeganistão. Rahami foi investigado durante dois meses, mas o FBI não encontrou razões para levar a denúncia para a frente.
O acusado encontra-se no hospital a recuperar dos ferimentos causados pelo tiroteio que travou com a polícia de Nova Jérsia e deverá ser chamado a depor nos próximos dias.