Portugal iniciou ontem (quarta-feira) o 30º Campeonato do Mundo Amador Masculino de Nações com um bom 16º lugar entre 71 presentes em Riviera Maya, no México, com um total de 2 pancadas abaixo do Par (140).
«É sempre importante começarmos bem, para ficarmos ainda mais motivados e atingirmos cada vez mais resultados importantes para Portugal», considerou o selecionador nacional, Nuno Campino.
«O mais importante foi mantermos a calma durante toda a volta. Fomos inteligentes, mantivemos o processo e a estratégia que definimos e não foi por acaso que o resultado aconteceu», acrescentou.
O 16º lugar é uma classificação bem acima das expectativas, dado que Pedro Lencart, de 16 anos, e Vítor Lopes, de 19, para além de bastante jovens, estão a competir pela primeira vez pelo famoso Eisenhower Trophy, mas nenhum deles acusou a importância do momento e igualaram o Par-71 do Mayakoba El Camaleón Golf Club, de 6.187 metros.
Ambos estão no grupo dos 56º classificados, empatados com outros 18 jogadores, entre um total de 212 participantes. Deve-se, contudo, salientar que neste Mundial a classificação individual não tem a relevância da coletiva.
«Foi um dia positivo para a equipa. Tivemos momentos menos bons durante os primeiros nove buracos, mas rapidamente recuperámos e terminámos bem», disse Vítor Lopes, que a nível individual reconheceu ter vivido uma luta: «Foi um dia bastante duro psicologicamente, pois não estive bem do tee ao green. Acertei apenas 8 greens, dos 18 possíveis. Mas estive bastante bem no jogo curto e minimizei os danos».
Vítor Lopes, que converteu 4 birdies, manifestou-se otimista na sua conta oficial no Facebook: «sinto-me bastante bem com o meu jogo e acredito que a nossa equipa pode vir a ter uma boa prestação neste torneio».
O melhor português no primeiro dia foi Tomás Silva, de 23 anos, o único repetente, pois esteve no Mundial de há dois anos no Japão.
Também assinou 4 birdies, mas sofreu apenas 2 bogeys, para uma volta de 69 pancadas, 2 abaixo do Par, surgindo num muito bom 23º lugar, empatado com outros 10 jogadores.
O ex-triplo campeão nacional amador, na sua conta oficial de Facebook, tinha chamado a atenção para as dificuldades das condições de jogo: «Fisicamente será um grande teste, uma vez que, com o calor que se faz sentir, entre os 30 e os 35 graus celsius e os níveis de humidade a aproximarem-se dos 90%, será importante mantermo-nos hidratados».
Isto foi antes de começar a jogar, mas ontem publicou outro post com um vídeo de chuvas torrenciais, que alagaram completamente o campo e forçaram a uma interrupção de várias horas.
«Os jogadores foram corajosos, bateram-se muito bem contra as adversidades, não tiveram medo de ser felizes, e o resultado acontece por isso mesmo», elogiou Nuno Campino.
A adaptação a estas condições de jogo muito específicas é importantíssima e repare-se como o capitão da Escócia, Claire Queen, explicou que levou a sua equipa na semana passada para um longo estágio em Orlando, na Florida.
A verdade é que a Escócia lidera a classificação, com 10 pancadas abaixo do Par (134), e um dos seus jogadores, Connor Syme, colidera a classificação individual, com 66 pancadas, 6 abaixo do Par-72 do Iberostar Playa Paraiso Golf Club, de 6.386 metros.
Connor Syme, o vencedor este ano do Australian Amateur, partilha o comando com o polaco Adrian Meronk, a disputar o seu terceiro Mundial e membro da equipa universitária da East Tennessee State University, nos Estados Unidos. Adrian Meronk também somou 66 (-6) no Iberostar Playa Paraiso Golf Club, onde os portugueses irão jogar hoje a segunda volta.
A 30ª edição do Campeonato do Mundo Amador Masculino de Nações é organizada pela Federação Mexicana de Golfe (FMG), sob a égide da Federação Internacional de Golf (IGF).
O World Amateur Team Championship/Eisenhower Trophy, que decorre em cada dois anos, joga-se ao longo de quatro dias. Cada jornada é composta por uma volta de 18 buracos em stroke play (por pancadas) e dos três jogadores em competição aproveitam-se apenas os dois melhores resultados de cada dia.
Os jogadores da seleção nacional estão acompanhados no México pelos treinadores Nuno Campino e José Pedro Almeida.