Solverde Campeonato Nacional PGA: Ricardo Santos no Oporto é uma ocasião única

Ricardo Santos é o mais credenciado golfista português de sempre. É um dos três que conseguiram vencer um torneio do European Tour, no Madeira Islands Open BPI em 2012; o único a ter integrado o top-10 da Corrida para o Dubai (o ranking europeu); o único a ter ganho o Sir Henry Cotton Rookie of…

É, por isso, um privilégio de cada vez que o Solverde Campeonato Nacional PGA pode contar com a sua presença e, como o próprio recordou ao Gabinete de Imprensa da PGA de Portugal, «os dois últimos Campeonatos Nacionais que joguei, um ganhei um e no outro perdi no play-off com o Tiago», referindo-se ao título conquistado em 2011 no Ribagolfe e ao 2º lugar em 2014, no Onyria Palmares Beach & Golf Resort.

Em 2016 ocorre uma feliz coincidência, a de Ricardo Santos deslocar-se ao Oporto Golf Club, em Espinho, algo de inédito desde que o algarvio de 34 anos se tornou numa referência do golfe nacional.

«Há muitos anos que não jogava no Oporto Golf Club, pelo menos há uns 15 anos. Lembro-me de que a última vez foi num Campeonato Nacional de Clubes e eu, na altura, nem tinha lugar na equipa do Clube de Golfe de Vilamoura», assegura o português que melhor classificação obteve no Portugal Masters, quando foi 16º (-6) em 2012.

O melhor golfista português de sempre no mais antigo campo de golfe português e um dos mais antigos da Europa Continental, que este ano celebra 126 anos? É uma ocasião única para os adeptos da modalidade residentes na região sob jurisdição do Turismo do Porto e do Norte de Portugal.

E isto, um ano depois do campo de Espinho ter tido igual privilégio de receber Ricardo Melo Gouveia, o atual nº1 português e o único na nossa história a ter integrado o top-100 do ranking mundial e a terminar uma época como nº1 da Corrida para Omã (o ranking do Challenge Tour).

Ricardo Melo Gouveia esteve nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, tal como Filipe Lima, outra das estrelas do golfe português presente neste Solverde Campeonato Nacional PGA.

Para Ricardo Santos, vir ao Oporto Golf Club era um imperativo: «A decisão de vir jogar foi fácil, porque este ano não havia nenhum torneio do Challenge Tour a coincidir com o Campeonato Nacional. Para mim é sempre um prazer estar no Campeonato Nacional e nos torneios da PGA de Portugal e, por isso, cá estou para dar o meu melhor e, quem sabe, ganhar o título».

O primeiro dia foi positivo, jogado em 70 pancadas, 1 abaixo do Par, que o deixaram no grupo dos 5º classificados, empatado com outros quatro jogadores, mas o campeão em título, amigo e seu rival de sempre, Tiago Cruz, fugiu ao resto do pelotão com uma assombrosa volta inaugural de 64 (-7). O seu próprio irmão mais velho, Hugo Santos, jogou muito bem (-5) e Filipe Lima mostrou que veio de França para conquistar pela primeira vez o título (-3).

«A minha exibição foi hoje bastante sólida do tee ao green. Já nos greens, é verdade que não estive bem e não fui feliz. De qualquer forma, sinto que o jogo está lá. Simplesmente tenho de juntar tudo para fazer duas boas voltas e poder ter alguma hipótese de recuperar em relação aos líderes», analisou, vendo-se a 6 pancadas do líder, apesar de tudo, recuperável nos 36 buracos que ainda faltam.

Os amantes do golfe têm mesmo de vir assistir ao vivo aos famosos drives de Ricardo Santos. Um “swing” que alia a estética à potência e que cada vez mais está a recuperar a precisão dos seus tempos áureos. O trabalho com o treinador Almerindo Sequeira continua a dar frutos.

Já o putt, apesar de bem melhor, dá-lhe alguns problemas e ainda mais dada a qualidade excecional dos greens do Oporto Golf Club, especialmente preparados para este Solverde Campeonato Nacional PGA. Os amadores que vierem competir no Mateus Rosé Pro-Am de Sábado testemunharão o que estamos a falar.

Ricardo Santos, profissional da Oceânico Golf, que representa no circuito profissional o Oceânico Victoria Golf Course, já atuou em muitos campos que acolhem torneios do European Tour e do Challenge Tour e não ficou surpreendido quando lhe dissemos que só tínhamos ouvido elogios aos greens de Espinho da parte dos outros jogadores.

«Os greens estão com uma velocidade bastante elevada, mais do que muitos torneios no Tour e concretamente no Challenge. Isso torna as coisas ainda mais complicadas, não tanto no shot ao green, mas mais no putt em si mesmo e também em alguns chips. É difícil controlar a velocidade. São greens com alguma ondulação em certas zonas. Acho que neste campo podem colocar-se algumas bandeiras interessantes e complicar a vida aos jogadores», sublinhou.

Da última vez que competiu no Oporto Golf Club nem era titular da equipa de Vilamoura, mas agora é um dos craques da história do golfe nacional e reconhece toda a qualidade do percurso de Espinho. Normalmente fala-se da história e do prestígio deste campo, mas Ricardo Santos frisa sobretudo o desafio aliciante com que deparou.

«Não é um campo comprido, mas é bastante competitivo, hoje, por exemplo, esteve um dia espetacular para se jogar golfe, sem vento, e mesmo assim apresentou as suas dificuldades. É um campo que exige bastante respeito e isso deixa-me a pensar… o campo tem 126 anos, o que seria isto nessa altura. O material, hoje em dia, torna tudo mais fácil. Este campo, na altura em que foi construído, deveria ser um monstro. Hoje continua competitivo e se o vento soprar ainda mais. E isso é bastante positivo».