Suinicultura. Setor queixa-se de falta de apoios comunitários

Produtores relembram que já existem vários projetos em andamento e pedem reação do governo.

Os suinicultores queixaram-se este fim de semana de terem sido excluídos dos apoios comunitários do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020). O cancelamento do financiamento foi comunicado aos empresários e tem gerado polémica no seio do setor, uma vez que vários projetos que tinham sido apresentado e aprovados em 2015 já estão em andamento.

De acordo com João Correia, do Gabinete de Crise dos Suinicultores, “todo o setor da suinicultura foi excluído, há pessoas que têm projetos aprovados, que gastaram do seu próprio dinheiro e que pensaram que com resto do financiamento público conseguiam fazer a obra e que agora, com obras adjudicadas e empreiteiros contratados, foram excluídos”.

Os suinicultores, que alertam há vários meses para o colapso do setor, pedem agora que o Ministério da Agricultura tome uma posição e que volte a incluir a suinicultura no acesso aos fundos comunitários.

Setor sublinha dificuldades A situação é “tão grave” que se têm repetido as mais variadas ações e chamadas de atenção. “Temos protestado, mas também temos feito campanhas de sensibilização: uma delas foi oferecer carne de porco grelhada. São iniciativas que vão continuar a acontecer”, avisa Vítor Menino, presidente da Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores (FPAS)
Está em causa grande parte do setor. No final do ano passado estavam em risco de fechar cerca de 40% das explorações. Uma situação que deixava em risco cerca de 200 mil postos de trabalho.
Já nesta altura se multiplicavam queixas quanto ao baixo preço que era pago aos produtores. No caso da carne de porco, os custos de produção ascendiam a 1,50 euros por quilo quando esse mesmo quilo era vendido a um euro. Os produtores garantiam estar a perder dinheiro a trabalhar, o que tornava a situação deste setor da economia insustentável.

OS PREÇOS MAIS BAIXOS DA EUROPA Uma das questões que os produtores colocaram desde o início dos protestos foi o preço à produção que Portugal pratica. Estes trabalhadores pretendem que Portugal não continue a ter preços mais baratos do que Espanha, apesar de ser deficitário na produção de carne de porco.
Para chamar a atenção para a crise que o setor tem vindo a atravessar já se somam campanhas para sensibilizar os consumidores portugueses e para apelar a que escolham carne de porco nacional.