Arnold Palmer. O Rei morreu…Viva o Rei!!!

Primeiro jogador a atingir um milhão de dólares em prémios na PGA Tour, foi um dos mais populares golfistas de todos os tempos

Arnold Palmer morreu. Chamavam-lhe «O Rei» e tinha 87 anos. Não há idades para morrer, mas Arnold Palmer já tinha a sua boa conta da vida. Nunca foi um igual aos outros nesse mundo meio selectivo que é o mundo do golfe.
Também não se pode dizer que o golfe seja um desporto muito televisivo – para quem não gosta assemelha-se à transmissão em directo de um jogo de xadrez, ou algo do género. Mas Arnold Palmer tornou-se o primeiro golfista a saber utilizar as câmaras e as pantalhas para cair no goto das pessoas e conquistar uma popularidade nada comum nos anos-60. Muitos consideram que a sua forma simples de falar, e os comentários bem dispostos que soltava sempre que se via diante de um microfone, contribuiram para diluir o elitismo em que a modalidade sempre esteve envolta. Tão popular foi Arnold Daniel Palmer que chegou a entrar num episódio da célebre série «MacGyver», além de ter participado num sem número de «talk shows», nunca abandonado o seu estilo terra-a-terra e a sua forma descontraída de se dar às conversas, por mais maçadoras que elas fossem.

Nascido em Latrobe, Pensilvânia, Palmer era dono de um inesgotável palmarés que incluia quatro vitórias no US Masters (1958, 1960, 1962 e 1964), uma no Open dos Estados Unidos (1960) e duas no British open (1961 e 1962), só para citar aqui as provas mais importantes do circuito mundial. Em 1960 foi-lhe entregue o Hickok Belt, um troféu atribuído ao mais destacado atleta profissional do ano nos Estados Unidos.

O gosto pelo golfe herdou-o do pai, Milfred Jerome Palmer que, tendo sofrido de poliomielite em criança, se dedicou à modalidade até atingir o estatuto de profissional. Arnold seguia-o por toda a parte, descobrindo o fascínio pelos dezoito buracos. Estudou no Wake Forest College mas não tardou a alistar-se na Guarda Costeira, tendo ali servido durante três anos. A vitória no US Open para amadores em 1954 empurrou-o para o profissionalismo. Em 1960 entregou-se nas mãos do grande agente de golfistas Mark McCormack, da IMG, que à época ainda era um desconhecido. A dupla fez sucesso e atingiu o topo do mundo. McCormack nunca teve dúvidas sobre as extraordinárias capacidades de Arnold para o jogo. Descrevia-o como tendo olhar de lince e sendo capaz de correr qualquer risco sem nunca perder a sua imagem controlada e tranquila. Sete anos mais tarde, a dupla tinha nova proeza com que se vangloriar: Arnold Palmer tornava-se no primeiro homem a conseguir atingir o milhão de dólares em prémios na PGA Tour.

Exigente consigo próprio até ao fim, deixou os «greens» no dia 13 de Outubro de 2006, abandonando o Administaff Small Business Class desse ano logo no início da prova. Justificou-se afirmando que o seu golfe perdera qualidade. Queria ser recordado para sempre como um grande campeão.