Uma notícia avançada ontem pela Bloomberg assegurava que o BPI poderia ter de desistir do processo de compra do Novo Banco. De acordo com fontes ligadas ao processo, citadas pela agência, a desistência era uma consequência da oposição do CaixaBank, instituição espanhola que, neste momento, é a maior acionista do BPI, com mais de 45% do capital e uma oferta pública de aquisição (OPA) em cima da mesa.
No entanto, ao “Jornal de Negócios”, fonte oficial da entidade espanhola garantiu que o CaixaBank está “unicamente centrado na oferta sobre o BPI”, recusando assim comentar a eventual compra do Novo Banco.
A posição da instituição liderada por Gonzalo Gortázar vai, aliás, ao encontro do que tem sido a abordagem dos últimos tempos. Já no final do mês de julho, Gonzalo Gortázar tinha explicado aos jornalistas que estava focado no negócio do BPI, deixando de lado a possibilidade de avançar com um processo de compra do Novo Banco. Por esta altura, o presidente da instituição espanhola sublinhava que, “primeiro, temos de concluir a OPA sobre o BPI”.
No entanto, a verdade é que o facto de não quererem comentar o interesse de compra do Novo Banco não desmente a notícia avançada pela Bloomberg, que garante que foi dito a vários investidores que os responsáveis pelo CaixaBank vão opor-se ao processo de compra do Novo Banco pelo BPI.
O certo é que o que estava em cima da mesa criou a expetativa de que o BPI avançaria para o Novo Banco.
No dia da aprovação da desblindagem – a 21 de setembro –, aos jornalistas, Artur Santos Silva, chairman do BPI, explicou que esta possibilidade estava a ser avaliada: “O banco (BPI) está a estudar seriamente essa operação e vai continuar a estudá-la e a tomar decisões. O aspeto que foi resolvido permite ao banco tomar posições quando for a altura e quando for conveniente, porque não está bloqueado nas exigências de capital.”
Além do BPI, na corrida pela instituição financeira estão o BCP, a Apollo/Centerbridge e a Lone Star.