Susana Ribeiro obteve este sábado o melhor resultado da segunda volta do Açores Ladies Open, em 70 pancadas, 2 abaixo do Par do Batalha Golf Course, em São Miguel; estabeleceu um recorde nacional da melhor volta de 18 buracos de sempre de uma portuguesa no torneio organizado pela Stream Plan; passou pela primeira vez o cut em quatro participações nesta etapa do Ladies European Tour Access Series (LETAS); e tornou-se na terceira portuguesa (a primeira profissional) a passar o cut na história deste evento de 30 mil euros em prémios monetários.
Dois anos depois de, ainda amadora, ter sido desqualificada do Açores Ladies Open, pelo uso indevido de equipamento eletrónico de medição de distâncias, a agora bicampeã nacional de profissionais erradicou essas más memórias do Batalha Golf Course com uma potente exibição que a viu chegar ao último buraco com 4 pancadas abaixo do Par.
Com 5 birdies e apenas 1 bogey, a profissional do Guardian Bom Sucesso Golf estava prestes a assinar o melhor resultado destes dois primeiros dias de prova, mas 1 duplo-bogey no buraco 18 impediu-a de entrar no top-10, partindo amanhã para a última volta no grupo das 15ª classificadas, com 149 pancadas, 5 acima do Par, empatada com outras três jogadoras, entre as quais a n.º1 do ranking do LETAS, a austríaca Sarah Schober.
A portuguesa de 26 anos está a jogar bem e em dois dias de prova só esteve mal em dois buracos (1 triplo-bogey na primeira volta e 1 duplo-bogey na segunda). Sem essas 5 pancadas perdidas em dois buracos, estaria agora na liderança!
«Como disse ontem, senti que estava a jogar bem, mas ontem falhei algumas pancadas para sítios errados, enquanto hoje as coisas foram-me correndo bem, tanto nas saídas como nos shots ao green. Também meti bons putts e meti mais putts compridos. Em contrapartida, falhei três putts de 2 metros. Portanto, a volta poderia ter sido ainda melhor. O duplo-bogey no 18 deveu-se à saída, que não foi um mau shot mas ficou na encosta do bunker, um shot complicado e depois fiz 3 putts, mas no geral estou contente», disse.
Susana Ribeiro está, de facto, a “patar” bem e hoje teve um momento de inspiração pura, quando, no green do buraco 13, de costas para a bandeira, fez a bola percorrer um semicírculo, numa trajetória de cerca de 12 metros antes de cair no buraco. Foi tão inesperado que a portuguesa pediu desculpa às parceiras de jogo, a austríaca Schober e a espanhola Maria Parra, duas das top-10 do LETAS.
«Hoje o segredo esteve em não pensar no cut. Pensei apenas em jogar bem, em fazer uma boa volta, as coisas começaram a correr bem, fui sempre à procura dos birdies e isso foi importante», acrescentou.
É apenas a segunda vez na sua carreira que Susana Ribeiro passa o cut em torneios do LETAS, depois de em maio ter sido 35ª no Ribeira Sacra Património de la Humanidad International Ladies Open, já então com uma primeira volta de 70 pancadas.
No Açores Ladies Open, só duas amadoras portuguesas tinham conseguido passar o cut e sempre no Batalha Golf Course. Curiosamente, o Clube de golfe da Ilha Terceira tem-se mostrado mais complicado para as nossas jogadoras, que nunca conseguiram superar esta fronteira nas duas ocasiões em que a prova passou por aquela ilha, em 2013 e 2015.
Aqui, em São Miguel, Sofia Câmara foi a primeira a fazê-lo, em 2012, quando terminou na 19ª posição, com 14 pancadas acima do Par, numa segunda edição fustigada por um furacão, que impediu a realização da última volta. A segunda portuguesa a passar o cut foi Leonor Bessa, em 2014, acabando no 16º lugar (+13), uma classificação que é o recorde nacional do Açores Ladies Open.
Se as 70 pancadas de hoje de Susana Ribeiro foram o melhor resultado do segundo dia (e do torneio), marca igualada pela holandesa Joyce Chong e a espanhola Maria Beautell – repetindo as 70 de ontem da finlandesa Leena Makkonen –, já o melhor resultado no somatório dos dois dias pertence agora à húngara Csilla Lajtai-Rozsa, com 145 pancadas, 1 acima do Par, entregando cartões de 73 e 72.
A nova líder do torneio é uma fã os Açores. «Sinto-me no paraíso. Adoro as duas ilhas e os dois campos em que se joga este torneio». Veio pela primeira vez ao Açores Ladies Open em 2013, na Terceira, e a diretora do LETAS, Diane Barnard, avisou que era considerada uma grande promessa do golfe mundial.
Nestes três anos muito se passou: «Tornei-me profissional, consegui subir ao Ladies European Tour (LET), a primeira divisão europeia, mas na época passada as coisas não me correram bem, desci de novo à segunda, e é por isso que em 2016 estou de novo no LETAS, mas com vontade de regressar ao LET».
O mais importante torneio feminino português e o segundo mais relevante do calendário nacional, logo depois do Portugal Masters, termina amanhã (Domingo), a partir das 9h30. Susana Ribeiro sai logo a essa hora do buraco 1, com a inglesa Kiran Matharu (75+73) e a russa Nina Pegova (75+73), duas jogadoras que estão no grupo das 10ª classificadas.
O 6º Açores Ladies Open tem o alto patrocínio do Governo Regional dos Açores. O promotor nacional é a Stream Plan, empresa que encerra nos seus quadros e em parcerias diretas uma vasta equipa com grande experiencia na organização de eventos desportivos (Volta a Portugal em Bicicleta, Volvo Ocean Race, Rali Dakar, Campeonatos do Mundo de Vela, Troféu de Portugal TP52, Lisbon Grand Prix Offshore, WCT Figueira Pro, etc.). Em golfe, alguns dos seus elementos foram responsáveis ou colaboraram, para além das edições anteriores do Açores Ladies Open, na realização de mais de 30 eventos do European Tour, incluindo o Open de Portugal, Estoril Open, Madeira Islands Open e Brazil Open e ainda inúmeros eventos do European Challenge Tour, Ladies European Tour e European Seniors Tour.
A organização do evento está ainda a cabo da Azores Golf Islands / Ilhas de Valor – entidade que tem acompanhado a promoção e organização do evento desde a sua origem, contando também com o reconhecimento oficial da PGA de Portugal (associação nacional de profissionais de golfe) e da Federação Portuguesa de Golfe, organismo máximo do golfe nacional. O 6º Açores Ladies Open conta ainda com os apoios da SATA e Azores Airlines, Vista Alegre, Panazorica e Murganheira.