“Tenho a honra de anunciar que António Guterres foi confirmado, por aclamação, secretário-geral para o cargo entre 1 de janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2021”. Foi assim que o presidente da Assembleia Geral da ONU, Peter Thomson, confirmou aquilo que já era esperado desde a semana passada, após a recomendação do Conselho de Segurança.
Delegates applaud as history was made this morning. #UNGA has officially selected António Guterres as 9th Secretary-General of the UN! pic.twitter.com/0syDMw9dGW
— United Nations (@UN) 13 de outubro de 2016
A assistir à cerimónia estava Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros.
Thomson, que descreveu o dia de hoje como “um dia histórico”, destacou o facto de, pela primeira vez, o processo de seleção do secretário-geral ter sido feito sob os princípios da transparência e da abertura. Disse ainda que o processo ficou mais “enriquecido pela participação da sociedade civil” e realçou a “vasta experiência” do recém-nomeado. “Dou os parabéns a Guterres por emergir como o eleito num processo tão sério”.
Ban Ki-moon também deu os parabéns a Guterres – em várias línguas, incluindo português – recordando que faz hoje dez anos que foi ele próprio eleito secretário-geral. O atual líder da ONU, cujo mandato termina no próximo dia 31 de dezembro, disse que é há muito um admirador do “espírito de serviço” do português e que valoriza os seus conselhos. Destacou o seu “espírito de cooperação para o bem comum” e sublinhou que Guterres é conhecido pelos Estados-membros, mas é mais conhecido “onde mais importa”, uma vez que trabalhou durante uma década no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Relembrou ainda a sua “experiência política” enquanto primeiro-ministro de Portugal.
“Ele é uma ótima escolha para conduzir esta organização”, acrescentou.
A cerimónia seguiu-se com as declarações dos cinco grupos regionais: Níger (falou em representação dos Estados Africanos), Kuwait (pela Ásia e Pacífico), Geórgia (Europa de Leste), Chile (América Latina e Caraíbas), Reino Unido (Europa Ocidental e outros) e EUA (que falou como país que acolhe a sede da ONU). Todos eles destacaram o trabalho de Ban Ki-moon, em particular no que toca ao desenvolvimento sustentável e nas negociações sobre as alterações climáticas, e deram os parabéns ao recém-eleito secretário-geral.
A cerimónia ficou ainda marcada pela homenagem prestada ao rei da Tailândia, que morreu esta quinta-feira aos 88 anos, através de um minuto de silêncio antes de se iniciar a votação.