Fugitivo escapa há três dias, PJ passou ontem pela casa dos pais

Seis agentes da PJ estiveram a fazer buscas esta quinta-feira na casa dos pais do principal e único suspeito dos crimes de Aguiar da Beira, Pedro João Dias, durante quase três horas

Perto das 15h30, seis elementos da Polícia Judiciária, com coletes antibala e um deles armado de shotgun, chegaram à casa onde vivem os pais de Pedro João Dias, em Arouca. Levavam documentos na mão que se presumem ser os mandados de busca. Bateram à porta principal e a uma lateral. Como não houve resposta foram a uma porta das traseiras onde bateram com muita força e, posteriormente, depois de lhes ser aberta essa porta mais escondida, entraram. A busca terá durado duas horas e meia. Saíram com um saco do Pingo Doce e com dois envelopes de papéis na mão. Não prestaram qualquer declaração aos jornalistas que esperaram durante toda a tarde à porta.

Estava cumprida mais uma etapa nos esforços das autoridades para capturarem o principal e, até ao momento, único suspeito dos crimes de Aguiar da Beira, ocorridos há três dias. Naquele concelho da Guarda, Pedro João Dias, 44 anos, deixou dois mortos, um dos quais um militar da GNR, e dois feridos graves, em que se inclui um outro guarda desta força. Posteriormente, durante a fuga, baleou nas pernas um outro militar da GNR. 

A quinta-feira foi, até ao fecho desta edição, de aparente acalmia, como resultado da suspensão das buscas na zona de São Pedro do Sul, durante quarta-feira, nas localidades de Candal, Póvoa das Leiras e Coelheira. Aliás, a vida nestas povoações voltou ontem à normalidade, apesar de se manter ativo o pedido das autoridades para que as populações continuem atentas e, à mínima suspeita, lancem alertas. A mobilização na caça ao homem continua. 

Os responsáveis pelas operações tornaram-se mais reservados na divulgação de pormenores, sobretudo a partir de quarta-feira. A partir desse dia, e depois de afastarem o grosso do dispositivo da proximidade daquelas aldeias e restringirem o acesso dos jornalistas ao cenário de operações, estes ficaram com menos informação. Sabe-se apenas que as autoridades continuam a acreditar que o fugitivo andará escondido pela região, que conhece bem desde jovem. No terreno continuam as ações de busca da GNR, assim como as investigações da PJ. Os responsáveis, segundo alguma imprensa, acreditam que Pedro João Dias poderá ter recebido (ou continuar a beneficiar) de ajuda na fuga, que caminha para as 72 horas. 

As motivações do crime continuam ainda por esclarecer. De acordo com as investigações, tudo aconteceu durante a madrugada da passada terça-feira, numa ação rotineira de patrulhamento. Aparentemente, os dois militares terão suspeitado de uma viatura parada na zona industrial de Aguiar da Beira e pedido a identificação a um ou mais indivíduos. Nesse momento foram surpreendidos pelos disparos, alegadamente feitos à queima-roupa pelo único suspeito identificado. Em seguida, o homem terá baleado um casal (o homem morreu), roubado a respetiva viatura e encetado uma fuga que continua ativa. *Com Nuno Ramos de Almeida