Foi o próprio presidente chinês quem o admitiu. A gasolina que, nos últimos anos, fez mover a ascensão internacional dos BRICS – um acrónimo para a associação criada em 2009 e alargada no ano seguinte, composta por aquelas que eram consideradas, na altura, como as cinco maiores economias emergentes – sofreu um duro revés com a crise económica global recente.
Nesse sentido, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul reuniram-se no passado fim de semana, em Goa, cientes de que a desaceleração económica, que continua a afetar o equilíbrio das suas balanças comerciais e o crescimento das suas economias, continua a teimar em retirar-lhes o protagonismo alcançado durante a última década.
Segundo o jornal brasileiro “Folha de São Paulo”, os Estados falharam em “avançar em temas como a criação de um mecanismo sobre resolução de medidas não tarifárias” ou o “estabelecimento de uma agência de classificação de risco dos BRICS”.
Um dos temas sugeridos, então, “de forma enfática”, pela Rússia e pela Índia, para afogar as mágoas do insucesso económico, acabou por ser o combate ao terrorismo. José Serra, ministro das Relações Exteriores do Brasil, que fez parte da delegação brasileira que viajou até ao antigo território do Estado português na Índia, contou, citado pela “Folha”, que Vladimir Putin propôs a “criação de um serviço de troca de informações a respeito de terrorismo”.
O tema teve tamanho impacto no encontro que, pela primeira vez na história da associação, o documento que apresenta as conclusões da cimeira, expressou a condenação dos BRICS a um ataque terrorista, neste caso em Caxemira, no mês passado.