Fazer diálise em casa é vista como uma solução não só que permite poupar, mas também otimizar sem comprometer a qualidade de serviço e do tratamento. A garantia é dada pelo diretor geral da Baxter Portugal, Filipe Paias.
E o responsável dá como exemplo o projeto “HomeChoice Claria” que foi “concebido para economizar tempo aos profissionais de saúde e melhorar a eficiência da prática de cuidados de saúde, uma vez que reduz a colocação manual de dados, reunindo todas a informação clínica do paciente em relatórios organizados que são facilmente acessíveis pelos profissionais de saúde”.
E as vantagens não ficam por aqui. Filipe Paias lembra ainda que os doentes que façam parte da população ativa não têm que faltar ao seu trabalho para se deslocarem ao hospital para as consultas de rotina, nem os seus cuidadores, gerando também poupanças consideráveis em deslocações. “É também importante referir que doentes inseridos em áreas geográficas longe dos hospitais de referência, com elevados períodos de deslocação ou de espera para essa mesma deslocação, podem agora ter acesso a um tratamento remoto em plena conformidade com a exigência clínica”, salienta.
Como funciona? O projeto “HomeChoice Claria” assenta, essencialmente, numa plataforma de conectividade que permite ligar remotamente, através de dados móveis, as pessoas que efetuam a Diálise em Casa, aos profissionais de saúde que os acompanham nos hospitais. Através da tecnologia Sharesource, os profissionais de saúde podem aceder remotamente à informação dos seus doentes, efetuando os ajustes necessários e fornecendo um cuidado personalizado, sem ser necessário ao doente e ao seu cuidador despenderem recursos em deslocações ao hospital. Por outro lado, os profissionais de saúde conseguem capitalizar esse tempo para dar resposta a outras necessidades que, efetivamente, necessitam de cuidado presencial, contribuindo assim para o aumento da produtividade no Serviço Nacional de Saúde.
Do ponto de vista conceptual, a possibilidade de efetuar o tratamento em casa apresenta uma série de vantagens: uma maior autonomia e qualidade de vida para o doente, permitindo-lhe controlar o horário do tratamento para a hora que lhe for mais conveniente, para além de poder ser feita em qualquer lugar. “Fundamental e crítico é, também, o facto de o doente poder efetuar a sua sessão de diálise num ambiente familiar próximo dos seus, o que claramente impacta a forma como encara a sua doença”, salienta.
Recorde-se que, segundo os últimos dados da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, encontravam-se em tratamento substitutivo da função renal cerca de 19 mil doentes. Os números apontam para 12.265 doentes em Diálise, dos quais 751 em diálise em casa (também conhecida como diálise Peritoneal) e 11.514 em hemodiálise. Todos os anos surgem mais de dois mil casos de doentes em falência renal.