“Sempre que há grupos de muitas crianças juntas, parte do desenvolvimento das competências sociais pode traduzir-se em bullying”, explica Joel Haber, psicólogo clínico, ao site Everyday Health.
A atenção dos pais a este fenómeno não deve limitar-se ao contexto escolar. Deve também ter atenção às actividades extracurriculares, principalmente aquelas em que a criança passa mais tempo como em acampamentos de escuteiros ou visitas de estudo que impliquem mais do que um dia. “Ao contrário da escola, não há muitas ocupações num acampamento para os miúdos a não ser desenvolver as suas relações sociais, portanto é o ambiente mais propício à existência de bullying”, afirma o especialista.
Joel Haber explica que se o seu filho subitamente começa a deixar de querer ir para uma actividade que antes gostava, esse é um sinal claro de que poderá haver algum problema. Pode não ser bullying e até tratar-se de outra complicação – ansiedade, fobias, depressão ou algum desconforto com os adultos que monitorizam a actividade. Deve tentar perceber o que se passa.
As crianças mais pequenas costumam mesmo fingir má-disposição física para evitar as actividades e algumas desenvolvem efectivamente sintomas como dores de barriga ou de cabeça resultantes da ansiedade.
“É importante falar de forma natural sobre o bullying mesmo antes de a criança ir para as actividades. Dizer coisas como ‘olha, vais divertir-te muito, mas podem existir momentos menos bons”. Os pais devem ensinar os filhos como reagir caso os colegas tenham comportamentos menos positivos com eles. Esta aprendizagem depende da idade e maturidade da criança. Nos mais velhos, pode encorajar a criança a reagir com humor, não se mostrando intimidada, ou simplesmente ignorando o agressor. “Se a criança conseguir lidar sozinha com o bullying vai sentir-se mais feliz e confiante por ter solucionado o problema de forma autónoma”, explica o psicólogo. Mas se ainda assim o problema não ficar resolvido, o seu filho deve estar instruído para falar abertamente com um adulto da sua confiança, seja um professor, um irmão mais velho ou os próprios pais. O mais importante é a criança ou adolescente sentir que não está sozinho.
Os pais devem também conhecer e falar regularmente com os professores, monitores e pais de colegas, estando a par de como estão construídas as relações sociais dentro do grupo. Deve saber com quem brinca o seu filho e falar sobre como correu o dia na escola.