O Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa desmantelou um esquema montado na capital que permitiu retirar mais de 50 mil euros de vários cartões multibanco estrangeiros. O inquérito tem já alguns meses, mas só agora foram acusadas duas pessoas, por existirem fortes indícios da prática dos crimes de “contrafação de título equiparado a moeda, falsidade informática, burla informática qualificada e passagem de moeda falsa”.
Segundo os investigadores, os suspeitos só precisavam de aceder aos dados que constam da banda magnética de cartões estrangeiros para pôr em prática o plano. A partir de Lisboa, terão conseguido repetir o procedimento com perto de 700 cartões multibanco.
“No essencial está indiciado que os arguidos entraram na posse dos dados informáticos constantes das bandas magnéticas de 683 cartões bancários de crédito e de débito emitidos por instituições bancárias estrangeiras”, refere uma nota publicada ontem no site da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
Clientes de vários países foram afetados pela burla Na grande maioria dos casos, os cartões clonados eram de clientes dos EUA, mas o Ministério Público explica que também há registo de crimes a envolver cartões “da China, Austrália, Reino Unido e México”.
Após terem os dados necessários, esclarecem os investigadores, os dois arguidos procediam “à cópia desses dados informáticos e à gravação dos mesmos em cartões bancários e não bancários (cartões brancos)”. E era com recurso a esses suportes que faziam transações de montantes muito elevados.
Só entre 2 de setembro de 2015 e 18 de abril deste ano, os suspeitos terão movimentado com o esquema montado um valor global de 51 mil euros. Grande parte dos crimes foram praticados na região da Grande Lisboa.
Arguidos estão em prisão preventiva desde abril O esquema fraudulento iniciado no ano passado só terminou este ano quando foi decretada a medida de coação mais gravosa aos dois arguidos – que aconteceu no dia 19, um dia depois da última movimentação feita.
A partir desse momento, a investigação da 3.a secção do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa – coadjuvada pela Polícia Judiciária – continuou, tendo agora sido deduzida acusação.