Quando Filipe Lima terminou a sua quarta volta era o líder na clubhouse do Ras Al Khaimah Golf Challenge, assinando o melhor cartão do dia, em 65 pancadas, 7 abaixo do Par do Al Hamra Golf Club, só igualado pelo holandês Darius van Driel, que concluiu a prova em 6º (-14).
Uma prestação notável do português residente em França nos Emirados Árabes Unidos, sempre a subir, como se poder verificar pelas voltas de 71, 67, 66 e 65.
Talvez o mais impressionante ainda tenha sido o facto de não ter perdido nenhuma pancada nas duas últimas voltas, jogadas em -13, com 3 eagles pelo meio. Uma demonstração de consistência que nem sempre o caracterizou na sua carreira.
Só o campeão Jordan Smith (69+66+67+66) foi capaz dos mesmos -13 nos derradeiros 36 buracos!
Se tivesse ganho o torneio, o atleta olímpico português teria garantido desde já o regresso ao European Tour em 2017. O vice-campeonato quase lhe dá essa segurança.
Os 34.871 euros que arrecadou hoje, convertidos em pontos, elevam-no de 24º para 12º na Corrida para Omã, com um total de 97.333. Ora nunca em toda a história do Challenge Tour um jogador com tantos pontos não subiu ao European Tour.
Só não podemos taxativamente afirmar que Filipe Lima está de volta ao European Tour porque matematicamente ainda é possível terminar a época fora do top-16, mas seria preciso um autêntico desastre em Omã, na próxima semana, para que tal objetivo não fosse alcançado e não se juntasse a Ricardo Melo Gouveia na primeira divisão europeia na próxima temporada.
Em Ras Al Khaimah houve outro português a jogar, Ricardo Santos, que até começou bem o torneio, no 12º lugar, ameaçando meter-se na luta pelo título, mas a situação periclitante em que se encontrava poderá ter-lhe provocado alguma ansiedade, impedindo-o de melhores resultados.
O campeão nacional admitiu ao Gabinete de Imprensa da FPG que encarava este torneio como «um tudo ou nada» e sabia que um top-20 iria dar-lhe automaticamente a qualificação para a NBO Golf Classic Grand Final em Omã, na próxima semana. Qualquer outro resultado iria deixá-lo à mercê dos seus rivais, dependendo dos resultados de outros.
Ricardo Santos terminou o torneio de 321 mil euros em prémios monetários no grupo dos 51º classificados, com 282 (68+71+70+73), -6. O seu prémio de 1.220 euros não cobriu sequer as despesas da semana, mas a sua conversão em pontos permitiu-lhe qualificar-se para Omã.
Os resultados ainda piores dos seus mais diretos concorrentes fizeram com que o algarvio até melhorasse a sua cotação na Corrida para Omã, de 44º para 42º.
Como o top-45 ganha o direito de jogar em Omã na próxima semana, Ricardo Santos lá estará dentro de poucos dias, ao lado de Filipe Lima, para tentar subir ao European Tour em 2017. “Só” precisa de mostrar tudo o que sabe e fechar a época no top-16 do Challenge Tour.