Um final feliz e uma fuga sem fim

O desaparecimento de Martim, em Ourém, foi um dos casos da semana. O bebé, de dois anos, apareceu, mas a PJ continua a investigar. Prosseguem também as buscas para apanhar Pedro Dias, o homicida de Aguiar da Beira.

Um dos casos que marcou a semana foi o desaparecimento de Martim. A criança de dois anos esteve desaparecida durante 26 horas e as condições do seu reaparecimento geraram dúvidas entre os inspetores da Polícia Judiciária. 

Depois de terem passado a pente fino os arredores da casa da avó materna da criança – onde foi vista pela última vez – militares da GNR encontraram Martim na manhã do dia seguinte, a dois quilómetros de distância, acompanhado da chucha e do peluche. Tudo isto faz com que a PJ acredite que a criança terá sido levada por alguém e deixada na serra antes do amanhecer. «Seria quase impossível admitir que, além de caminhar vários quilómetros em condições adversas, o menino conseguisse nunca perder a chucha, nem o peluche que também carregava», explicou fonte da PJ ao i, lembrando que Martim caminha com as dificuldades de uma criança de dois anos. 

No entanto, não está totalmente posta de parte a possibilidade de a criança ter passado a noite sozinha ao relento, até porque os cães pisteiros da GNR não tinham batido a zona onde a criança acabou por ser encontrada pelos militares da guarda. 

Com isto, o pai de Martim decidiu processar a mãe, Sandrina Silva, por negligência e vai pedir alteração da guarda da criança, que uma semana antes tinha sido atribuída à mãe.     

Em fuga há três semanas

Também a fuga de Pedro Dias continua na ordem do dia: Na próxima terça-feira passam três semanas que o suspeito se encontra desaparecido. De «homicida simpático» a um «guerrilheiro» com uma «ligação extraordinária à natureza» já tudo se escreveu na imprensa sobre o perfil do fugitivo do duplo homicídio de Aguiar da Beira.

Os investigadores acreditam que Pedro Dias pernoitou numa quinta em Sabrosa, perto de Vila Real, no passado fim de semana. Na quinta – que os proprietários apenas frequentam nas férias – foram descobertos indícios de que o fugitivo usou o local, não só para passar a noite, mas também para secar as roupas, fazer algumas refeições quentes e até se inteirar-se das notícias. Terá fugido a pé quando o caseiro responsável pela casa apareceu. Quatro quilómetros à frente, na quinta do Portal, pegou num velho jipe e prosseguiu a fuga. O carro ainda está por encontrar.  

Entretanto chegaram mais relatos de avistamentos, desta vez na Galiza. Ou ao volante de um BMW, na aldeia de  Xinzo de Limia, ou a entrar num café, em Sanidás. Em Limia Baixa, a Guardia Civil investigou um relato de avistamento, apesar da falta de indícios de o suspeito ter passado pela zona.

Entretanto já foi emitido um mandato de detenção europeu (MDE), um procedimento normal para este tipo de situações.