Final do Challenge Tour: Filipe Lima e Ricardo Santos não comprometem no 1º dia

Os dois portugueses em omã, esta semana, querem juntar-se a Ricardo Melo Gouveia na primeira divisão europeia em 2017, o último campeão deste torneio do challenge tour.

Final do Challenge Tour: Filipe Lima e Ricardo Santos não comprometem no 1º dia

Filipe Lima e Ricardo Santos, os dois portugueses que desde hoje (quarta-feira) começaram a competir em Omã, não aproveitaram as condições benignas de quase ausência de vento para atacarem desde a primeira volta o título da NBO Golf Classic Grand Final que ainda pertence a Ricardo Melo Gouveia.

Com 26 dos 44 participantes do último torneio do Challenge Tour de 2016 a baterem o Par-72 do Almouj Golf, em Mascate, a liderança é tripartida pelo espanhol Pep Angles, o inglês James Heath e o francês Matthieu, com 66 pancadas, 6 abaixo do Par.

Neste contexto, as 71 pancadas, 1 abaixo do Par, de Filipe Lima, e as 73 (+1) de Ricardo Santos estão longe de deslumbrar, deixando-os nas 22ª e 38ª posições (empatados), respetivamente.

No entanto, como sublinharam ambos, é apenas o primeiro de quatro dias neste torneio de 400 mil euros em prémios monetários, é possível que o vento venha a soprar mais nos próximos dias e altere a dificuldade do campo. Nada está ainda perdido. Afinal, Lima está a apenas 5 pancadas do trio da frente e Santos a 7.

O objetivo primordial de ambos é terminarem a semana (e o ano) no top-16 da Corrida para Omã, o ranking do Challenge Tour, da segunda divisão europeia, que Ricardo Melo Gouveia também ganhou no ano passado.

O atual n.º1 português fez a “dobradinha” em Omã em 2015. Em 2016 Lima e Santos não visam tão alto e têm sobretudo os olhos no tal top-16 que ascende em 2017 ao European Tour, a primeira divisão europeia.

Lima, de 34 anos, residente em França, é o 12º classificado na Corrida para Omã e só um desastre o afastaria desse top-16, sendo quase seguro que irá juntar-se a Melo Gouveia na elite europeia.

«Olhando os números, há sempre possibilidade que eu saia do top-16, mas teria de ser uma má sorte… pode sempre acontecer. De toda a maneira o meu objetivo é também fazer um bom resultado aqui. Diria que 95% do trabalho está feito, mas ainda falta os 5% e são importantes», disse o atleta olímpico português ao Gabinete de Imprensa da PGA de Portugal.

Recorde-se que Lima entrou para o European Tour em 2004 e esteve quase sempre a competir a este nível até finais de 2014, altura em que uma cirurgia na zona lombar o fez regredir ao Challenge Tour.

A situação de Santos, também de 34 anos, residente no Algarve, é mais complicada. É o 42º na Corrida para Omã e embora os serviços de estatísticas do Challenge Tour digam que tem hipóteses matemáticas de subir ao top-16, aquele que é considerado o melhor golfista português de sempre já fez as contas e não tem dúvidas:

«Tendo em conta os pontos que tenho e os pontos que dá o primeiro lugar, só me serve ganhar (a NBO Golf Classic Grand Final). O segundo lugar dará uma categoria inferior, mas para ter o ‘full card’ do European Tour, só mesmo o primeiro lugar».

Ricardo Santos entrou para o European Tour em 2012, manteve-se lá até ao final do ano passado e nesses quatro anos consecutivos bateu uma série de recordes nacionais. 

Note-se que Santos, o campeão de 2012 do Madeira Islands Open BPI (do European Tour), chegou a estar hoje no top-5 da classificação, quando foi com 3 pancadas abaixo do Par para o buraco 15, depois de um putt enorme no 9. Mas o seu final foi terrível: 1 duplo-bogey no 15, 1 birdie no 16, 1 bogey no 17 e 1 duplo-bogey no 18. Os duplos resultaram de bolas na água. Convirá dizer que é a primeira vez que compete no campo desenhado pelo antigo n.º1 mundial, Greg Norman. 

Quanto a Filipe Lima, não jogava aqui desde 2013 e chegou a andar hoje com 2 abaixo do Par, no 8º posto. É curioso que na semana passada também começou com 71 (-1) no Ras Al Khaimah Golf Challenge, nos Emirados Árabes Unidos, e depois foi o que se viu, terminando em 2º com -19! 

A segunda volta começa amanhã às 8h00.