Sim, foi há 20 anos, mais precisamente no dia 25 de novembro de 1996, que fomos apresentados às aventuras de uma destemida aventureira arqueóloga, mais ou menos inspirada em Indiana Jones, e que depressa se converteu num verdadeiro ícone dos videojogos. De tal forma que haveria até de transbordar para o cinema, embora numa versão algo falhada, com Angelina Jolie a encarnar o perfil de miss Lara Croft, e com Alicia Vikander já confirmada para ressuscitar a personagem no cinema em 2018.
Não deixa de ser, por isso, com alguma nostalgia que recordamos as primeiras missões cumpridas aos comandos de uma Sega Saturn, na altura a coqueluche das consolas, ainda mesmo antes do lançamento da PlayStation. Com a chegada, finalmente, à PS4 de “Rise of the Tomb Raider” curvamo-nos respeitosamente diante esta nova e sensacional aventura que retoma a ação de “Tomb Raider”, o jogo inicial, lançado em 2013, destinado a recriar uma nova trilogia. E o que temos a dizer é que nos dá tudo aquilo que sempre procurámos nesta saga – entretenimento, dedução e deslumbramento! Sobretudo com a possibilidade de vivermos a aventura com as sensações da realidade virtual proporcionadas pelo sistema VR já disponível em Portugal.
Fazendo jus ao apelido Croft, que nos recorda um néctar precioso lusitano que ganha um corpo inebriante com o passar do tempo, assim se pode descrever a sensação inicial de entrar neste tomo comemorativo, da Square Enix e Crystal Dinamics, e de tentar descobrir com Lara as ruínas da mítica cidade russa de Kitej, onde poderá repousar a solução para a imortalidade.
É claro que notamos, desde o início, uma proximidade (inevitável?) com a saga “Uncharted” em que, curiosamente, o seu herói Nathan Drake se afirma como uma resposta (ou colagem) a Lara Croft e “Tomb Raider”. Digamos que fica tudo em família. Até porque o que vinga é mesmo o melhor da jogabilidade no estado atual neste género de aventura.
Já se sabe que tudo começa nas montanhas com uma sensacional escalada, onde recordamos e aperfeiçoamos os comandos a usar. Entretanto, haveremos de ser surpreendidos com uma história familiar de Lara Croft, e com os seus respetivos segredos, que nos ajudam a moldar ainda mais a história e o passado desta heroína. Pelo meio, a nossa personagem haverá de aprender línguas arcaicas, usar conhecimentos de caça, em particular nas missões na Sibéria, fabricar armas, e ao mesmo tempo fazer evoluir diversas outras aptidões e utilidades.
Paralelamente, temos ainda o Pesadelo de Lara, um universo em que lutamos com hordas de criaturas mais ou menos repelentes, mas que alargam bastante a jogabilidade. Da mesma forma que, para quem não descura o divertimento online, o DLC Endurance oferece novas emoções em modo de jogo cooperativo.
Em suma, numa altura em que começam a chegar ao retalho os lançamentos já a pensar nas opções deste Natal, “Rise of the Tomb Raider 20 Years Celebration” marca já o seu terreno.