Ricardo Santos subiu hoje (sexta-feira) ao top-20 da NBO Golf Classic Grand Final, ao obter, finalmente, um resultado consentâneo com a qualidade de jogo que tem patenteado, em 67 pancadas, 5 abaixo do Par do Almouj Golf, em Mascate, mas sabe que só um milagre permitir-lhe-á amanhã ser um dos 16 eleitos no European Tour 2017.
Em contrapartida, Filipe Lima enterrou-se com a sua pior volta dos últimos dois meses e meio, em 78 pancadas, 6 acima do Par do percurso desenhado por Greg Norman, mas tem a consciência de que o seu lugar ao lado de Ricardo Melo Gouveia, no European Tour de 2017, não deverá passar de uma mera formalidade.
Ricardo Santos subiu de 38º para 19º empatado, totalizando agora 211 (-5), com voltas de 73, 71 e 67.
A sua prestação de hoje até começou mal, com 1 bogey, queixando-se à mulher, Rita, que lhe serve de caddie, de não estar a sentir o corpo com a habitual ligeireza. Houve birdies no 3 e no 6, mas voltou a perder 1 pancada no 8 e não estava nada satisfeito. Tudo mudou no sempre difícil buraco 9, junto à costa. Arrancou aí 1 birdie, motivou-se e os últimos 10 buracos foram jogados em 5 abaixo do Par.
«O birdie no 9 foi uma boa motivação para os restantes nove, porque fazer birdie naquele buraco dá sempre motivação. Sinto-me bastante satisfeito com a volta. Nos últimos nove buracos os putts entraram praticamente todos, porque nos primeiros nove buracos estava tudo a ser como ontem, a jogar bastante sólido e a não concretizar», analisou o duplo campeão nacional.
Esta boa prestação colocou-o entre os melhores 20 do torneio mas na Corrida para Omã não lhe permitiu alterar o 43º lugar que ocupa desde ontem. O top-16 do ranking desta segunda divisão europeia, o seu objetivo principal esta semana, não deverá passar agora de uma miragem.
Era o objetivo principal, mas não o único. Com 400 mil euros em prémios monetários, há muito em jogo, há prestígio e é positivo acabar a semana com a motivação em alta para os próximos desafios:
«É um dia de cada vez. Hoje, quando iniciei a volta disse à Rita que não estava a sentir-me com uma boa sensação no movimento, mas acrescentei que teria de arranjar forma de fazer poucas. Com o passar do jogo fui ganhando ritmo».
Tanto Ricardo Santos como Filipe Lima estão na sua sétima semana consecutiva e é normal que o corpo comece a ceder.
Lima estava hoje visivelmente saturado, mais até do que cansado, quando conversou com o Gabinete de Imprensa da PGA de Portugal, mas sempre com ânimo para fazer melhor.
«Hoje joguei mal! Comecei mal porque falhei um drive no buraco 3 (bogey), e no 5 fui à água e num Par-3 fiz 7… depois é sempre a mesma coisa, é tentar recuperar, querer atacar as bandeiras e como os greens estão a ficar cada vez mais duros, paguei caro», resumiu Lima a sua penúltima volta. No total foram 4 bogeys e 1 quádruplo-bogey para 2 birdies.
Da 14ª posição que ocupava na NBO Golf Classic Grand Final, o português residente em França caiu para o 41º posto, empatado com o talentoso francês Romain Langasque, com um total de 217 pancadas, 1 acima do Par.
Lima assinou voltas de 71, 68 e 78, ou seja, hoje fez mais 10 do que ontem, mas sabe que tudo pode virar de novo.
«Vou já pensar na volta de amanhã, ainda vou treinar mais um bocadinho hoje e logo se vê», assegurou.
Uma coisa é certa, mesmo com este descalabro de hoje, manteve-se no 12º lugar da Corrida para Omã é agora quase impossível sair do top-16 que se apura para o European Tour.
«Os jogadores que estavam atrás de mim no ranking também jogaram mal. Ajuda-me que os melhores, os que estão à minha frente no ranking, sejam aqueles que estão a lutar pela vitória no torneio», comentou o português de 34 anos a um jornalista inglês.
À PGA de Portugal acrescentou: «Não perdi nenhum lugar hoje, por isso não vou estar chateado. Para mim está a ser um grande ano e o resto é golfe. Sei que joguei mal, como profissional não posso aceitar isso, mas não vou chorar no campo porque fiz 6 acima. São coisas que acontecem, mas, como me diz um amigo em Portugal, há que pensar positivo».
A NBO Golf Classic Grand Final continua a ser liderada pelo alemão Bernd Ritthammer, que hoje fez 67 (-5), depois de nos dias anteriores ter jogado em 64 (-8) e 67 (-5), para apresentar um total de 198 (-18).
Bernd Ritthammer é um dos quatro jogadores que este ano venceram dois torneios do Challenge Tour, no seu caso, no Made in Denmark Challenge, em julho, e no Volpa Irish Challenge, em setembro.
Era o 6º na Corrida para Omã antes de começar o torneio e embora esteja seguro de ir subir ao Challenge Tour, sabe que um terceiro título numa mesma temporada, proporciona-lhe uma categoria superior no European Tour de 2017 do que a que recebe por terminar no top-16 do Challenge Tour.
«Quero mesmo ganhar e seria muito especial vencer a Grande Final porque é um torneio muito diferente de todos os outros», disse o germânico de 29 anos.
A última volta começa amanhã às 8h00. Filipe Lima começa logo às 8h11 e Ricardo Santos às 9h28.