Selahattin Demirtas e Figen Yuksekdag, dois líderes do Partido Democrático do Povo (HDP) estão entre os onze deputados que foram detidos pelas autoridades turcas, esta sexta-feira, acusados de divulgação de propaganda terrorista.
Para além disso, o governo refere que os detidos ignoraram uma convocatória para serem interrogados, no âmbito da uma investigação de contraterrorismo.
Pouco depois da detenção dos líderes partidários e dos restantes deputados daquele partido representante da esquerda pró-curda, uma explosão provocada por um carro armadilhado matou, pelo menos, oito pessoas, e feriu mais de 100, em Diyarbarkir, onde vive Yuksekdag.
Segundo as autoridades turcas, o atentado foi perpetrado pelo grupo separatista curdo PKK, com qual o HDP nega ter quaisquer ligações.
A Turquia decretou Estado de emergência em julho, depois de uma tentativa falhada de golpe militar ao poder e o presidente Recep Tayyip Erdogan tem sido acusado, desde essa altura, de estar a aproveitar a ausência da necessidade de controlo parlamentar, para proceder a afastamentos e detenções de opositores políticos, sem ligações aparentes ao plano de golpe de Estado.
Citado pela televisão britânica BBC, o ministro da Justiça Bekir Bozdag limitou-se a dizer que Demirtas e Yuksekdag “não respeitaram a lei”.