Mikel Irastorza era o responsável pela gestão logística do armamento que ainda resta à organização nacionalsita basca “Euskadi Ta Askatasuna” (ETA) e o dirigente máximo daquele grupo separatista, desde setembro de 2015.
A sua detenção, na manhã de sábado, na localidade francesa de Ascain, foi muito festejada pelo governo, mas provocou diversas reações de desagrado, contra o que é denominado de “estratégia de guerra” seguida pelo executivo desde que a organização anunciou o fim da luta armada, em 2011.
“É evidente que o governo segue uma lógica de guerra, que não se interessa pela paz e que cria obstáculos a todos os avanços da sociedade basca”, acusou Arnaldo Otegi, líder do partido basco Sortu, citado pelo jornal espanhol “El Mundo”.
Uma denúncia que é partilhada por membros do Grupo Internacional de Contacto (GIC), uma das principais plataformas de mediação do conflito entre o ex-grupo armado e as autoridades espanholas.
“A mensagem é muito clara. Querem dizer à ETA que ‘não só não negoceiam, como vão destrui-los’”, explica Alberto Spektorowski, do GIC ao “Publico.es”. Para o moderador uruguaio, a detenção de Irastorza pode ser vista como “normal”, mas apenas numa situação de “guerra”, algo a que a ETA já renunciou há cinco anos. “O governo espanhol quer apenas uma rendição, uma vez que qualquer pedido dos bascos em volta da paz, é visto como um retrocesso”, acrescenta Spektorowski.
Irastorza é o sétimo dirigente da ETA a ser preso, desde 2011. Foi detido numa vivenda situada no País Basco francês, numa operação policial conjunta francesa e espanhola.