Nicarágua. Ortega eleito para terceiro mandato consecutivo

Mulher do ex-guerrilheiro ocupará o cargo de vice-presidente

Daniel Ortega vai ser reconduzido ao cargo de presidente da Nicarágua, pela terceira vez consecutiva. Quando estavam contabilizados cerca de dois terços dos votos, o antigo combatente da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) já liderava com 72%, enquanto o segundo candidato tinha apenas 14% do número de votos.

Todas as previsões apontavam já para uma vitória confortável de Ortega, nas eleições de presidenciais de domingo, pelo que a grande novidade trazido pela sua reeleição, é a promoção da sua mulher, Rosario Murillo, ao cargo de vice-presidente do país, colocando-se na primeira linha de sucessão, por via constitucional, caso surja algum imprevisto que impeça o líder de 70 anos de exercer convenientemente a sua função.

A oposição já rotulou o resultado das eleições como uma “farsa”, alegando que mais de 70% da população se absteve de ir às urnas. Uma informação que foi rejeitada pelas autoridades da Nicarágua, que garantem que a participação no ato eleitoral foi de mais de 65%. A impossibilidade da monitorização das eleições, por parte de observadores internacionais torna difícil confirmar uma ou outra alegação.

Ortega foi um influente guerrilheiro sandinista e esteve ligado ao golpe que ditou a deposição de Anastasio Somoza, no final dos anos 70. Em 1984 foi eleito pela primeira vez como presidente da Nicarágua, cargo que exerceu até 1990. Em 2006 voltou a vencer a disputa presidencial, para não mais largar o cargo. Foi reeleito em 2011 e novamente este domingo, aplicando um modelo de governação autoritária, através no controlo da imprensa e do isolamento político da oposição.

A nomeação da sua esposa para a vice-presidência é vista, pela imprensa internacional, como uma estratégia de perpetuação dos Ortega no poder, assente na conceção de uma dinastia familiar.