A Unidade Nacional de Contraterrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem 20 pessoas ligadas a movimentos de extrema direita, vulgarmente conhecidos por skinheads, suspeitos da prática de crimes de ódio.
Os homens foram detidos “no âmbito de uma investigação alargada por crimes de discriminação racial, religiosa ou sexual”, informou a autoridade em comunicado. A PJ realizou durante o dia de hoje quarenta buscas domiciliárias que culminaram nas 20 detenções, 16 das quais com mandados de detenção emitidos pelo Ministério Público. Os restantes quatro elementos foram detidos por se suspeitar pertencerem a “uma estrutura criminosa que vem cometendo crimes de ofensa física qualificadas, em alguns casos agravadas e até tentativas de homicídio, crimes motivados pela diferença de raça ou orientação sexual das vítimas”.
Segundo avançou o Diário de Notícias, alguns dos suspeitos agora detidos terão agredido um grupo de membros do Partido Comunista após um comício da CDU junto ao Coliseu dos Recreios, em 2015. As agressões foram violentas: um dos membros do partido ficou mesmo inconsciente e foi internado no hospital de S. José. Um dos agressores deixou cair a carteira durante a fuga, o que permitiu às autoridades seguir o rasto dos atacantes.
A última grande operação da UNCT remonta a 2007, quando foram detidos 30 pessoas associadas a movimentos de extrema-direita liderados por Mário Machado. Na altura, Machado era dirigente dos Portuguese Hammer Skins, o grupo de skinheads mais violento do país.