We met when we were almost young
deep in the green lilac park.
You held on to me like I was a crucifix,
as we went kneeling through the dark.
Oh so long, Marianne, it’s time that we began …
Your letters they all say that you’re beside me now.
Then why do I feel alone?
I’m standing…
‘So Long, Marianne’ não foi o único poema que Leonard Cohen dedicou à mulher que conheceu em 1959, mas foi seguramente o que se tornou mais conhecido e símbolo de um amor que só termina agora, com a morte. De tal forma que, quando Leonard Cohen soube que Marianne Ihlen estava doente – tendo acabado por morrer, vítima de leucemia, a 28 de julho deste ano – lhe fez a derradeira declaração de amor: «Chegámos a um tempo em que somos tão velhos que os nossos corpos se desfazem; penso que serei o próximo, dentro de pouco tempo. Quero que saibas que estou tão próximo de ti que, se estenderes a mão, talvez possas tocar na minha. Sabes que sempre amei a tua beleza e sabedoria, mas não preciso de discorrer sobre isso porque já sabes de tudo perfeitamente. Quero apenas desejar-te boa viagem. Adeus, velha amiga. Todo o amor, encontramo-nos no caminho».
Também Marianne, por inúmeras ocasiões, demonstrou que o seu amor por Cohen nunca terminou. Como em maio de 2015, em que foi divulgado, através do Facebook, um vídeo que mostrava a norueguesa a cantar ‘Famous Blue Raincoat’, ao lado da cantora Judy Collins. Marianne chegou mesmo a admitir, numa entrevista ao El País, que continuava a sonhar com Cohen.
Marianne Ihlen e Leonard Cohen conheceram-se na ilha grega de Hidra, à data uma espécie de refúgio para milionários e artistas boémios, onde o autor de ‘Dance Me To The End Of Love’ viveu após o sucesso internacional com o lançamento do livro The Spice Box of Earth.
Leonard tinha 26 anos, Marianne menos um e era, quando se conheceram, namorada do escritor noruegês Axel Jensen, que também a via como uma musa. Alíás, foi esta relação que levou a jovem norueguesa a mudar-se para a ilha grega onde viria a conhecer o grande amor da sua vida.
Quando Leonard e Marianne se conheceram, esta tinha acabado de ser abandonada por Axel Jensen. Sozinha com um filho de seis meses nos braços, num país que não era o seu, cruzou-se com Cohen num supermercado e ele convidou-a para que se sentasse com ele na esplanada. É o cantor canadiano que a ajuda a regressar a Oslo e, já de regresso ao seu país e à sua cidade, Montreal, envia a Marianne um telegrama: «Tenho casa. Tudo o que me falta é a minha mulher e o seu filho. Love, Leonard». Viveram juntos durante cerca de sete anos, entre a Grécia, os EUA (Nova Iorque) e o Canadá.
‘So long, Marianne’, fez parte do álbum Songs of Leonard Cohen, lançado em 1967, e começou por ter um outro título – ‘Come on, Marianne’. A intenção, essa foi sempre a mesma: Leonard Cohen queria reatar a relação amorosa com Marianne Ihlen.