Perdeu a presidência, não ganhou o Senado, não ganhou a Câmara dos Representantes e arrisca-se a esbanjar as principais bandeiras da política interna dos últimos oito anos.
Hillary Clinton partiu para estas eleições catalogada como a candidata «mais bem preparada de sempre», pela experiência acumulada nos vários canais do poder, mas teve pela frente um eleitorado abjeto ao status quo político, por ela personificado.
Face à incapacidade do partido de correr ao lado da popularidade do seu máximo representante – os democratas continuam a acumular derrotas eleitorais nas corridas em que Barack Obama não é cabeça de cartaz – torna-se urgente encontrar um líder capaz de recuperar a confiança da classe trabalhadora branca, já nas eleições de 2018, para o Congresso e, idealmente, para as presidenciais de 2020.
Bernie Sanders fez-se ouvir, mas já não caminha para novo. Elizabeth Warren idem. Michelle Obama foi muito elogiada, nos últimos dias de campanha, mas nunca se mostrou realmente atraída pela política.
As nuvens são negras no lado democrata, é certo, mas continuam a existir duas importantes premissas, geradoras de esperança: voltaram a vencer no voto popular e têm a evolução demográfica do seu lado.