As notícias que davam conta de recordes de temperaturas batidos todos os meses já faziam antever este cenário, mas hoje as Nações Unidas confirmaram: 2016 será "muito provavelmente" o ano mais quente de que há registo. Estima-se que as temperaturas médias deste ano vão atingir 1,2 Celsius acima dos níveis pré-Revolução Industrial.
Estes foram dados divulgados à margem da conferência da ONU sobre o clima, que se realiza em Marraquexe. Caso se confirmem, lançam também o alerta para uma outra realidade, igualmente alarmante: o planeta está agora a mais de meio caminho de atingir o limite de 2º, acordado para afastar o pior cenário de consequências das alterações climáticas.
Para provar a teoria, basta olhar para alguns dos números apresentados. Nalgumas regiões da Rússia ártica as temperaturas foram 6ºC a 7ºC mais altas que a média, e outras regiões árticas e subárticas da Rússia, Alasca e noroeste do Canadá ficaram pelo menos 3ºC acima da média.
Além das temperaturas, existe também a concentração de gases com efeito de estufa, que nos últimos dois anos atingiram níveis recordes.
“Devido às alterações climáticas, a ocorrência e impacto de acontecimentos extremos aumentou. Eventos extremos que outrora eram raros e aconteciam uma vez numa geração, como as ondas de calor e as cheias, são agora cada vez mais frequentes”, alerta a Organização Meteorológica Mundial.