Fernando Santos mostrou-se honrado com o doutoramento "honoris causa" que lhe foi atribuído esta sexta-feira pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Honrado… e surpreendido, como revelou o selecionador nacional no discurso de agradecimento.
"Foi difícil, sinceramente, porque nada me ligava a Vila Real, não entendia muito bem o porquê, mas depois de tanta explicação, e de muito me procurarem convencer, decidi aceitar, com muita honra e muito prazer, e por isso aqui estou presente", ressalvou o técnico.
A conquista do Euro 2016 foi, compreensivelmente, decisiva para a atribuição deste grau honorífico. Há quem atribua a conquista à sorte, mas Fernando Santos não concorda. "Muitos podem pensar que foi sorte ou milagre, sim, sorte e milagre existem, mas dão muito trabalho para se conseguirem", ressalvou o selecionador, sublinhando de imediato o "trabalho hercúleo" de todo o staff da seleção em França.
Aos 62 anos, e praticamente 30 de experiência como treinador, Fernando Santos considerou que essa mesma experiência é o fator primordial para o seu sucesso. "O meu conhecimento do futebol vem do talento que Deus me deu para entender o jogo e da prática de muitos anos, portanto é empírico, e que se foi consolidando e crescendo com a aquisição de conhecimentos científicos, através do estudo, mas principalmente da aprendizagem com muitos que comigo trabalharam", indicou.
António Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD, considerou a homenagem "justa e mais do que justificada". "A outorga do ‘honoris causa’ a Fernando Santos sublinha na sua pessoa o papel do desporto enquanto fator de agregação e inclusão social. A universidade entendeu, desta forma, homenagear uma ilustre figura nacional pelos seus princípios ao serviço do desenvolvimento harmonioso do homem e de uma sociedade preocupada com a preservação da dignidade humana", frisou.