Angela Merkel sentenciou este domingo as poucas dúvidas que existiam em torno do seu futuro político e confirmou a membros do seu partido que se candidatará a um quarto mandato como chanceler nas eleições do próximo ano.
O comunicado interno foi noticiado este domingo pela AFP. A chanceler – eleita pela primeira vez em 2005 – deve confirmá-lo ao fim da tarde, num discurso ao país. Na prática, Merkel vai apresentar a sua recandidatura à liderança dos Democratas Cristãos (CDU), um passo formal para que se possa apresentar à corrida para chanceler em 2017.
Merkel é uma figura consensual na cena política alemã, não tem sucessor aparente no seu partido e poucos acreditavam que fosse abandonar a liderança da principal potência económica europeia num momento em que as democracias ocidentais anseiam por algumas estabilidade, ainda aturdidas pelo Brexit e eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.
As sondagens parecem confortar os receios mundiais. A CDU de Angela Merkel está no topo das consultas, reunindo 34% das intenções de voto, bem à frente dos seus parceiros de coligação social-democratas, o SPD, que conta com 22% – o suficiente para uma frágil maioria, caso os dois partidos renovem a aliança centrista.
Mas o caminho da mais experiente líder europeia não será tão fácil como os das suas últimas eleições. O consenso político alemão está abalado com a ascensão do partido populista e antimigração AfD – Alternativa para a Alemanha – que, com os 12% que lhe atribuem hoje as sondagens, pode revelar-se uma peça fundamental nas legislativas de 2017.