Portugal perdeu hoje 4 posições na 58ª edição da Taça do Mundo de profissionais, caindo de 14º empatado para o grupo dos 18º classificados, entre 28 países participantes, numa segunda volta em que a Dinamarca, que persegue um primeiro título, subiu à liderança da prova de 7,5 milhões de euros em prémios monetários.
Ricardo Melo Gouveia e Filipe Lima somaram 68 pancadas na segunda volta da 58ª ISPS Handa World Cup of Golf, 4 abaixo do Par do Kingston Heath Golf Club, em Melbourne, na Austrália, para um total de 142 (-2). Parece um bom resultado, 4 abaixo do Par, mas, das 28 seleções, só quatro apresentaram um catão pior, num dia dedicado à modalidade de pares ‘fourball’, que proporciona uma chuva de birdies, por aproveitar-se a melhor bola de cada buraco.
«As coisas não correram a 100 por cento. Acabámos bem, com 2 birdies nos últimos três buracos… muito importante para a confiança», escreveu Ricardo Melo Gouveia na sua conta profissional no Facebook. Já na sua conta no Twitter, o nº1 português, 54º europeu e 124º mundial acrescentou: «As coisas não correram de acordo com o planeado, mas, apesar de tudo, convertemos 6 birdies o que dá-nos confiança para os dois próximos dias».
Repare-se que nos mais difíceis ‘foursomes’ de ontem (pancadas alternadas) só seis equipas tinham batido o Par-72 do campo, enquanto hoje, pelo contrário, todas 28 formações terminaram em “números vermelhos”.
Nem seria preciso salientar o feito da Dinamarca, que saltou do 7º para o 1º lugar graças a uma invulgar volta de 60 pancadas, 10 abaixo do Par. Søren Kjeldsen e Thorbjørn Olesen (com cartões de 72 e 60) dispõem agora de uma vantagem de 3 pancadas sobre Li Haotong e Wu Ashun (70+65), que também procuram levar um primeiro título mundial para a China.
Para além desse sensacional resultado de 60 (-12) da Dinamarca, houve 2 voltas de 64 (-8), 4 de 65 (-7), 7 de 66 (-6) e 4 de 67 (-5), antes de depararmos com 6 conjuntos com cartões de 68 (-4), entre os quais Portugal.
A seleção nacional de profissionais mantém-se empatada (no 18º lugar) com a equipa da casa, a Austrália, detentora do título, para além de mais três países com 142 (-2): a África do Sul de Jaco Van Zyl e George Coetzee (5 vezes campeã), a Venezuela dos irmãos Jhonattan e Julio Vegas, e a Bélgica das estrelas da Ryder Cup Thomas Pieters e Nicolas Colsaerts.
E se ontem o australiano ex-nº1 mundial Adam Scott se queixou do «vento irregular», hoje foi a vez do seu compatriota Marc Leishman queixar-se da dureza de alguns greens «que provocam ressaltos elevados» nos approaches.
Ricardo Melo Gouveia e Filipe Lima, a jogar juntos pela primeira vez em pares, voltaram a conseguir um front nine positivo, com birdies nos buracos 5 e 9, ao qual seguiu-se um 3º birdie no 10.
Só que, numa modalidade pouco propícia a bogeys, Portugal sofreu 2 bogeys nos buracos 12 e 15. O 15 está a revelar-se fatal para os portugueses, que ontem já tinham deixado 2 pancadas nesse Par-3 de 141 metros. Felizmente recuperaram bem e terminaram em grande com 2 birdies nos últimos três buracos, no 16 e no 18.
Amanhã (Sábado) disputa-se a terceira e penúltima volta, de novo em ‘foursomes’, à semelhança da primeira jornada, e Portugal arranca às 11h04 horas de Melbourne, 00h04 de Lisboa, uma vez mais ao lado dos campeões em título, a Austrália, o que lhes garante desde logo muito público e também atenção mediática.
A segunda jornada da Taça do Mundo de profissionais ficou marcada pela exibição dos dinamarqueses e pela filantropia dos neo-zelandeses.
Søren Kjeldsen (que em tempos representou o Clube de Golfe do Paço do Lumiar) disparou 2 birdies e 1 eagle, enquanto Thorbjørn Olesen maravilhou com 1 eagle e 6 birdies. Na véspera do início do torneio, Olesen tinha-se sagrado vice-campeão do Pro-Am matinal, com 51 pontos stableford, sendo apenas batido por… Filipe Lima, que somou 52 pontos, ao lado dos amadores Bree Laughlin, Chris Davies e Leif Pederson.
Quanto aos neo-zelandeses Danny Lee e Ryan Fox, anunciaram que iriam doar 500 dólares da sua moeda local por cada birdie que convertessem para ajudar à recuperação dos danos provocados pelo sismo de Kaikoura, na Nova Zelândia. Os “Kiwis” tiveram um bom dia de 64 (-8), fizeram 10 birdies hoje e 3 ontem, pelo que já angariaram 6.500 dólares neo-zelandeses, cerca de 4.300 euros.