Golfe: Filipe Lima celebra 35 anos e Portugal sobe a 17º

Filipe Lima e Ricardo Melo Gouveia recuperaram de um mau começo e igualaram o par-72 do campo. Só 10 seleções em 28 bateram o par e 12 ficaram acima do par. Dinamarca dilatou o comando.

Filipe Lima celebrou este sábado o seu 35º aniversário em Melbourne, com direito a bolo de velas oferecido pela organização e o seu principal presente foi uma exibição positiva de Portugal, que ascendeu ao 17º lugar na 58ª edição da Taça do Mundo de profissionais, o torneio de quase 7,5 milhões de euros em prémios monetários (8 milhões de dólares), que amanhã (Domingo) termina na Austrália.

A seleção nacional tinha perdido ontem 4 posições, mas hoje melhorou 1, para o grupo dos 17º classificados, entre 28 países participantes, estando agora empatada com as suas congéneres de Inglaterra (duas vezes campeã do Mundo) e da Holanda (vice-campeã em 2011), com um total de 214 pancadas, 2 abaixo do Par.

A terceira volta da ISPS Handa World Cup of Golf terminou com a Dinamarca (de Søren Kjeldsen e Thorbjørn Olesen) mais perto de um primeiro título, com 202 (72+60+79), -14, ao dilatar a liderança na prova de 3 para 4 pancadas, agora sobre os Estados Unidos (de Rickie Fowler e Jimmy Walker), que procuram um 25º troféu mundial.

A jornada de hoje voltou a ser dedicada aos ‘foursomes’, a mais difícil das modalidades de pares em jogo neste Mundial, e se no primeiro dia, também de ‘foursomes’, Portugal somou 74 pancadas, 2 acima do Par, hoje esteve bem melhor, entregando um cartão de 72, igualando o Par do Kingston Heath Golf Club.

Poderá parecer estranho que ontem Ricardo Melo Gouveia e Filipe Lima tenham perdido 4 posições depois de terem jogado em 4 abaixo do Par, enquanto hoje subiram na classificação com uma volta de 72. A explicação prende-se exatamente com a dificuldade do formato de pancadas alternadas. Se ontem só 4 equipas fizeram pior resultado do que Portugal, já hoje a seleção foi uma das melhores do Mundo em ‘foursomes’ e só 10 equipas bateram o Par do campo.

Ricardo Melo Gouveia e Filipe Lima mostraram muito caráter e espírito de luta, pois a volta começou mal, com 2 bogeys nos primeiros 4 buracos (sofridos nos buracos 2 e 4), mas houve depois uma forte reação, com 3 birdies (nos buracos 8, 15 e 16).

Foi uma pena o bogey no último buraco, caso contrário, encontrar-se-iam agora no top-15. Mesmo assim, é preciso ver que estão a apenas 3 pancadas de um inédito top-10, pelo que não é improvável que consigam bater o recorde nacional do 13º posto alcançado por Ricardo Santos e Tiago Cruz no Mundial de 2008, na China.

«O dia correu-nos bem (e foi) pena alguns putts não terem entrado. Fizemos hoje uma volta de Par do campo, num dia em que o vento mais uma vez foi um fator. Parabéns ao meu parceiro que faz anos hoje», escreveu na sua conta profissional no Facebook Ricardo Melo Gouveia, o português residente em Londres, que disputa pela primeira vez a Taça do Mundo.

Filipe Lima, por seu lado, teve direito a entrevista formal devido ao facto de ser aniversariante, tal como o inglês Chris Wood (completou 28 anos). «Hoje falhei demasiados (putts) curtos para birdie. O Ricardo jogou mesmo bem no front nine, mas os greens não estão a ser nada fáceis de ler. Nós estamos a sentir-nos bem e estamos a jogar bem, mas não estamos a meter nenhuns putts nestes três primeiros dias. O Ricardo está a jogar lindamente e eu estou a tentar dar o meu melhor».

Os dois atletas olímpicos de Portugal partem amanhã para a última volta, de ‘fourball’, às 09h33 de Melbourne, ainda hoje às 22h33 de Lisboa e Filipe Lima está confiante: «Ainda não tivemos nenhuma volta baixa neste torneio e espero que seja amanhã. Nem vou celebrar (o aniversário) porque estamos a pensar em jogar bem amanhã. Hoje será uma noite normal, talvez ainda beba um copo de vinho tinto. Depois, amanhã à noite, logo se vê».

O português residente em França, a jogar a Taça do Mundo pela terceira vez, depois de 2005 com António Sobrinho e 2013 com Ricardo Santos, não tem o hábito de festejar o aniversário em competição e este ano teria sido diferente, por ter sido pai pela primeira vez: «É claro que preferiria estar com a minha família, mas estou feliz por estar aqui, a trabalhar num lindo país com um povo simpático. Aliás, hoje jogámos ao lado da equipa australiana e foi fantástico. Gostei de jogar com o Adam (Scott) e o Marc (Leishman)».