Tem-se falado e escrito muito sobre o talento deste jovem músico de 24 anos, de Maryland, nos EUA, que estudou música em Nova Iorque e que acabou por se mudar para Los Angeles onde conseguiu dar o impulso na carreira musical. Se chove lá fora, cá dento está quentinho. E agradecemos a Gallant e à banda que o acompanha: guitarra, teclados e bateria. O essencial para criar uma cama r'n'b para tamanha voz. É ela a verdadeira protagonista deste espetáculo.
Christopher Gallant, basicamente, tem um impressionante falseto. Ja o tínhamos escutado em "Ology", o seu mais recente disco, e agora estreia-se em Portugal onde o desfila para uma plateia impressionada com tamanha performance vocal. Lembramo-nos de Justin Timberlake, há uns bons dez anos, por aí, do maravilhoso "FutureSex / LoveSound", mas também do talento de Frank Ocean, pois então. E do balanço de um dos seus grandes ídolos, Seal.
Gallant já conquistou esta plateia com a sua expressão. Faixa a faixa vêem-se dentes brancos que sorriem, sinónimo de "mas como é que este gajo faz isto?" É assim música após música, notando-se, sobretudo, em temas como "Talking to Myself", "Skipping Stones" ou no enorme single "Weight in Gold".
Mas muita desta gente que não ficou em casa, enrolada em mantas a rir-se de quem saiu à rua para o temporal de Lisboa, veio à procura de ver história. Elza Soares é um dos nomes mais aguardados da noite. Já lá vamos, mais logo.
Ainda antes disso, um salto rápido ao Largo de São Domingos para espreitar as modas e como para o concerto de António Zambujo, anunciado como a surpresa do dia. "Nunca cantei para tanto guarda chuva", diz o músico que subiu ao palco com mais cinco músicos, entre guitarras, violas, contrabaixo, e sopros. E aproveitou para entusiasmar a plateia com temas como "Flinstones", "Barata Tonta", ou "Valsa de Um Ciumento".
Mas que nos perdoes, António. Temos de nos abrigar e rogar mais uma prece para a chuva parar. Fazemo-lo na Sociedade de Geografia de Lisboa, onde estão a tocar as divertidas manas Catarina e Margarida Falcão – tão confortáveis e espontâneas com o público – com um contrabaixista, um teclista e um baterista. De guitarras em riste vão apresentando as canções do disco "New Messiah" e o belíssimo espaço da Sociedade de Geografia revela-se uma bela casa para as doces harmonias vocais folk que as irmãs desenham, tão enroladas uma na outra que damos por nós a pensar que tem mesmo de haver uma relação umbilical entre as duas.